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A Autoridade das Escrituras

Afirmações principais a respeito da Autoridade da Escritura. A autoridade da Escritura é a propriedade que lhe dá a prerrogativa de ordenar aquilo em que o povo de Deus deve crer e o que deve fazer e ser, bem como de proibir aquilo em que ele não deve crer e o que não deve fazer e ser.

Ela é um subconjunto da autoridade divina em geral, o direito que Deus tem de estabelecer leis, dar ordens, exigir obediência, determinar crenças e outras coisas mais. A Escritura revela a verdade sobre Deus e seus caminhos.

Por ter autoridade, a Escritura exige que os cristãos creiam na sã doutrina e que não acreditem em falsas doutrinas. Além disso, a Escritura estabelece as leis e exigências morais de Deus.

Também, em função de sua autoridade, a Escritura exige que o povo de Deus obedeça aos seus mandamentos e os proíbe de desobedecê-los.

A Escritura também estabelece outras proibições

Em função de sua autoridade, proíbe aos cristãos as atitudes pecaminosas e as más ações. Finalmente, revela o que significa ser um portador da imagem de Deus salvo por sua graça.

Por sua autoridade, a Escritura exige que o povo de Deus reflita a imagem divina em sua humanidade redimida.

A autoridade bíblica é um corolário de sua inspiração: como o autor da Escritura é Deus, ela tem autoridade divina. Isso está representado no diagrama a seguir.

Autor divino autoridade Divina

A Escritura tem autoridade porque foi inspirada por Deus. Essa afirmação é diferente de muitas concepções contemporâneas da autoridade da Escritura:

1. A autoridade da Escritura é funcional

Ela tem autoridade porque funciona de uma determinada maneira — a Escritura mostra o caminho da salvação, capacita os crentes a viverem uma vida consagrada e instrui os cristãos na sã doutrina.

2. A autoridade da Escritura é instrumental

Ela tem autoridade porque Deus a utiliza como um meio para se revelar ao seu povo — a Escritura é um meio divino de comunicação.

3. A autoridade da Escritura é conferida

Ela tem autoridade porque a igreja lhe concede autoridade — a igreja reconhece e proclama que a Bíblia tem autoridade.

4. A autoridade da Escritura é tradicional

Ela tem autoridade porque sempre ocupou uma posição da mais alta honra no cristianismo — a Escritura é o livro sagrado que constitui o alicerce do cristianismo e sempre esteve no centro da liturgia da igreja.

Em certo sentido, essas concepções têm um fundo de verdade: a autoridade bíblica é funcional, instrumental, conferida e tradicional.

Contudo, tanto individualmente quanto em conjunto, essas ideias são incompletas. A autoridade bíblica é antes de mais nada uma questão ontológica: ela diz respeito à própria natureza da Escritura.

Deus mantém a relação mais próxima possível com sua Palavra. Consequentemente, obedecer à Palavra de Deus é obedecer ao próprio Deus.

Desobedecer à Palavra de Deus é desobedecer ao próprio Deus. Confiar na Palavra de Deus é confiar no próprio Deus.

Não crer na Palavra de Deus é não crer no próprio Deus

“Deus se identificou de tal maneira com suas palavras que qualquer coisa que alguém faça às palavras de Deus […] estará fazendo diretamente ao próprio Deus.”

Essa afirmação não iguala Deus à sua Palavra, mas deixa claro que o mesmo Deus a quem pertence toda a autoridade para ordenar o que os crentes devem fazer e crer, e proibir o que eles não devem fazer e crer, esse mesmo Deus está por trás da autoridade de sua Palavra.

A autoridade da Escritura foi uma das doutrinas mais contestadas da Reforma. Na verdade, o princípio formal do protestantismo foi sola Scriptura: só a Escritura é a autoridade suprema da igreja.

Ela é o árbitro supremo nas questões de doutrina e prática cristãs, estando acima de todos os escritos e tradições humanas, concílios da igreja e tudo mais. Ela é a pedra de toque em relação à qual todo o resto é avaliado.

Além disso, qualquer coisa que não tenha a chancela bíblica não pode ter sua autoridade sobre a igreja. Nenhuma crença ou prática sem apoio bíblico pode obrigar a consciência dos cristãos.

Somente a Escritura tem a prerrogativa de determinar doutrina e prática

Esse princípio contrariava a posição católica romana de que a autoridade é constituída de Escritura, tradição e Magistério da igreja.

A tradição é composta dos ensinamentos não escritos que Cristo transmitiu oralmente a seus apóstolos, os quais, por sua vez, transmitiram a seus sucessores, os bispos da Igreja Católica, que cuida desse ensino.

Sendo um modo de revelação divina, a tradição teria autoridade equivalente à Escritura.

O Magistério, ofício responsável pelo ensino na Igreja Católica, é composto pelo papa e os bispos, que são os únicos autorizados a interpretar a Escritura e a sancionar a tradição.

Portanto, a Igreja Católica nega sola Scriptura, já que a Escritura, a tradição e o Magistério constituem sua autoridade.

As igrejas evangélicas defendem sola Scriptura, discordando da suposta base bíblica da tradição e do Magistério e divergindo também da alegação de que a história da igreja indica o desenvolvimento precoce dessas duas autoridades.

Essa autoridade é inerente à própria Escritura, não uma mera autoridade funcional, instrumental, conferida e tradicional. Isso se deve ao fato de que a Trindade está no cerne da revelação divina.

Quatro pontos são importantes aqui

1. Jesus afirmou que nada fazia em sua própria autoridade. Como corolário, ele negou que proferisse suas palavras segundo sua própria autoridade (Jo 8.28; 14.10).

2. Jesus afirmou que o Pai estava nele e fazia a sua obra. Em consonância, Jesus enfatizou que suas palavras não eram suas, mas do Pai, que o enviara (Jo 7.16-18; 14.10,24; 12.49). As palavras de autoridade que Jesus dizia eram as palavras de autoridade do Pai.

3. Sobre o que estava por vir, Jesus afirmou que o Espírito Santo “não falará em sua própria autoridade, mas dirá o que tiver ouvido” (Jo 16.13). Como corolário, Jesus prometeu que o Espírito tomaria suas palavras (de Jesus) e as declararia aos discípulos (v. 15).

No entanto, como as palavras de Jesus não eram suas próprias, mas do Pai, o Espírito, na verdade, tomaria as palavras do Pai por intermédio das palavras de Jesus e as revelaria.

4. Essa obra do Espírito foi sua inspiração das Escrituras enquanto orientava o trabalho dos apóstolos durante o processo de escrita do Novo Testamento.

As palavras inspiradas por Deus que eles empregam, portanto, são as palavras de autoridade do Pai, ditas por meio das palavras de autoridade de Jesus e ensinadas pelo Espírito (1Co 2.10-13).

Esses quatro pontos dão ênfase à natureza trinitária da revelação divina. Como essa revelação tem autoridade divina, a própria Escritura, como Palavra de Deus, tem autoridade.

A base teológica dessa doutrina vem do fato de que a autoridade bíblica é uma consequência da inspiração da Escritura. Essa doutrina, com vasto apoio bíblico (2Tm 3.16; 2Pe 1.19-21).

Principais erros a respeito da Autoridade das Escrituras

1. Rejeitar a inspiração da Escritura, o que leva à negação da autoridade intrínseca da Bíblia. Um autor afirma: “A autoridade da Bíblia […] repousa na própria engenhosidade e irresistibilidade das experiências que ela descreve, e não no fato de Deus ser o autor”.

Esse ponto de vista contradiz tanto a própria afirmação das Escrituras quanto a posição histórica da igreja.

2. Desprezar ou negar o princípio sola Scriptura. Os que defendem essa posição põem outra autoridade junto com a Bíblia e consideram essa outra autoridade tão importante quanto a Escritura ou mais importante do que ela.

Considerações Finais Sobre a Autoridade das Escrituras

Um exemplo disso é a Igreja Católica Romana com a tradição e o Magistério. Outro exemplo é dar caráter de autoridade a palavras proféticas e outras revelações pessoais. Um terceiro exemplo é a experiência pessoal.

Infelizmente, quando se colocam outras fontes de autoridade no mesmo patamar, ou até acima, da Escritura, essas outras autoridades inevitavelmente acabam diminuindo a autoridade bíblica. Todas as estruturas com múltiplas autoridades são inerentemente instáveis.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison. Deus abençoe, até o próximo texto.

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