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A Criação de Deus

Segundo Gregg R. Allison a criação de Deus é o poderoso ato divino de trazer à existência o Universo e tudo o que ele contém, incluindo este mundo e todos os seres humanos, para a glória de Deus. Deus é o Criador de tudo o que existe. Ele criou tudo ex nihilo, do nada. Deus criou tudo para a sua glória — isto é, para manifestar sua bondade e grandeza.

O Pai falou e o Universo passou a existir por meio de sua Palavra, o Filho, com a atividade do Espírito Santo. A criação do mundo original era muito boa. Em consequência da Queda, a criação original ficou sujeita a decadência e a morte, mas um dia será completamente renovada como o novo céu e a nova terra.

ENTENDENDO A DOUTRINA

Gregg R. Allison diz que a criação do mundo segundo a bíblia afirma que um dos atos poderosos de Deus foi trazer à existência o Universo e tudo o que existe nele.

Essa criação inclui “os céus”, ou a esfera onde se encontram Deus e os seres angélicos imateriais, e “a terra”, ou o mundo composto por oceanos e montanhas, plantas, animais e seres humanos.

Deus criou todas essas coisas ex nihilo, do nada. Isto é, Deus não usou materiais já existentes para formar a criação. Em vez disso, trouxe esses materiais à existência e os transformou no que existe agora.

Por exemplo, Deus não pegou átomos de hidrogênio e oxigênio já existentes e os organizou para fazer H2O, ou água, mas criou os átomos de hidrogênio e oxigênio em primeiro lugar e depois os combinou para produzir água.

Naturalmente, Deus não criou a si mesmo; ele é eterno, não teve um começo

Então, por que Deus criou? Várias respostas certamente estão erradas: Deus criou o Universo porque precisava de algo para glorificá-lo, ou porque estava solitário e precisava de relacionamentos para sentir-se completo.

Pelo contrário, Deus existe eternamente como Pai, Filho e Espírito Santo, que eternamente amam e glorificam um ao outro.

Portanto, Deus não criou porque tinha que criar nem porque precisava de algo que somente uma criação poderia fornecer.

Pelo contrário, Deus criou tudo pela superabundância de seu amor, para mostrar sua glória — isto é, manifestar sua bondade e grandeza.

De fato, a criação mostra alguns dos atributos de Deus, incluindo poder, conhecimento, sabedoria, independência e soberania. Por essa razão, os cristãos louvam e agradecem a Deus por sua obra criativa.

A criação foi um ato do Pai, do Filho e do Espírito Santo, que trabalharam em conjunto, inseparavelmente (como fazem em todas as obras divinas).

O Pai trouxe o Universo à existência ao falar. Ele falou por meio de sua Palavra, o Filho, por quem tudo foi criado.

O Espírito Santo também se envolveu nesse trabalho, preparando e protegendo os materiais originais para sua transformação em um mundo que fosse hospitaleiro para os seres humanos criados à imagem de Deus.

Essa criação original era muito boa

À medida que avaliava cada estágio de seu trabalho criativo, Deus considerava tudo bom. Então, quando terminou de criar tudo, considerou que o que havia criado era muito bom.

Essa afirmação não dizia respeito à bondade moral, pois o mal ainda não havia entrado no mundo.

Pelo contrário, era de adequação: a criação, vinda da mão de Deus, correspondia perfeitamente ao desígnio divino.

Por causa do pecado original de Adão e Eva, essa criação não é mais como deveria ser

Em vez de ser um lugar hospitaleiro onde a humanidade progride, a criação é marcada pela decadência: os relacionamentos humanos, o casamento, a sexualidade, a família.

O trabalho e até mesmo a própria vida estão contaminados pelo pecado e se fragmentam em uma terra devastada.

Um dia, porém, a maldição sobre a criação será retirada: Deus renovará a criação para que, mais uma vez, seja muito boa. Então, o novo céu e a nova terra serão preenchidos com a glória de Deus.

Base bíblica

Dr. Gregg R. Allison diz que já na primeira página da Escritura, Deus é apresentado como o Criador dos “céus e da terra” (Gn 1.1), uma expressão que indica tudo o que existe.

Naturalmente, Deus não criou a si mesmo; ao contrário, “é ele mesmo quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas” (At 17.24,25). O Universo, junto com tudo o que há nele, foi criado por Deus (Ne 9.5,6).

Deus criou ex nihilo. Como ninguém estava presente para testemunhar a criação original a partir do nada, isso é algo em que precisamos crer: “Pela fé, entendemos que o universo foi criado pela palavra de Deus, de modo que o visível não foi feito do que se vê” (Hb 11.3; cf. Rm 4.17).

Seu propósito era mostrar sua bondade e grandeza: “Os céus declaram a glória de Deus” (Sl 19.1).

Entre os atributos divinos específicos manifestados pela criação estão poder, sabedoria e entendimento (Jr 10.12; Rm 1.20); soberania (Ap 4.11); e independência (At 17.24,25).

Trabalhando em conjunto e inseparavelmente, o Pai, o Filho e o Espírito Santo não dividiram esse poderoso ato em três partes, sendo cada uma das três Pessoas responsável por um terço da criação.

Ainda assim, as Escrituras indicam que as três Pessoas estavam ativas na criação: (1) O Pai falou, e por sua palavra o Universo passou a existir.

A afirmação “disse Deus” aparece dez vezes em Gênesis 1 (v. 3,6,9,11,14,20,24,26,28,29).

Resumindo: “Os céus foram feitos pela palavra do SENHOR. […] Pois ele falou, e tudo se fez; ele mandou, e logo tudo se pôs de pé” (Sl 33.6,9).

A criação é um ato de fala de Deus Pai.

⦁ Deus pronunciou a existência da criação por meio da sua Palavra, que é o Filho: “No princípio era o Verbo. […]

Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez” (Jo 1.1,3). Assim, o Pai criou tudo por intermédio do Filho e para sua honra:

“Porque por ele [o Filho] foram criadas todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam domínios, sejam principados, sejam autoridades; tudo foi criado através dele e para ele” (Cl 1.16).

⦁ No início da criação, “a terra era sem forma e vazia, e trevas estavam sobre a face do abismo. E o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas” (Gn 1.2).

O Espírito, pairando, estava preparando e protegendo o núcleo caótico da criação para o trabalho futuro de Deus, que seria usar esse material para formar um lugar hospitaleiro para o ápice da criação: os portadores da imagem divina, os seres humanos.

A bondade da criação original emergiu progressivamente: seis vezes

Deus avaliou sua obra como “boa” (Gn 1.4,10,12,18,21,25).

Então, pela sétima vez, depois que sua criação foi concluída, ele disse que tudo era “muito bom” (v. 31). Infelizmente, a Queda destruiu essa condição imaculada da criação original (Gn 3.17-19).

Como punição, Deus a sujeitou ao “cativeiro da corrupção” (Rm 8.18-25). Esse estado de escravidão será revertido por meio da renovação de tudo o que existe, no novo céu e na nova terra (Ap 21e22).

De acordo com a doutrina da criação, portanto, o Universo não é eterno (como na crença de Aristóteles), mas teve um começo.

Além disso, a doutrina refuta a proposta atomista de que a vida se originou da colisão aleatória de átomos. Pelo contrário, a criação foi proposital, de acordo com o plano divino.

A doutrina também se opõe à ideia gnóstica de que a criação ocorreu por meio de um demiurgo (uma emanação de Deus). Pelo contrário, o Criador é o próprio Deus.

Quando Ocorreu a Criação

No que diz respeito a quando a criação ocorreu, a igreja tem acreditado historicamente que Deus criou tudo em seis dias, muito recentemente.

A dedução sobre a origem recente do mundo baseou-se em uma interpretação extravagante da frase “um dia para o Senhor é como mil anos” (2Pe 3.8).

Ireneu (c. 130-c. 200) calculou: “em tantos dias quantos este mundo foi feito, em tantos mil anos deve ser concluído”.

1 Consequentemente, a posição histórica da igreja é que o mundo foi criado recentemente e existirá por seis mil anos. O bispo James Ussher (1581-1656) procurou identificar a data exata da criação: domingo, 23 de outubro de 4004 a.C.

Os ataques contra a doutrina da igreja começaram no século 17. O desafio mais notável e hostil continua sendo a teoria da evolução de Charles Darwin (A origem das espécies, 1859):

2 o que existe agora evoluiu de acordo com a seleção natural, à medida que mutações produziram mudanças aleatórias, sem propósito ou projeto, por um longo tempo.

A teoria mais usada para explicar como toda a matéria inicial surgiu é a do big bang.

A igreja respondeu de várias maneiras, entre elas:

(1) o criacionismo da Terra jovem: a criação foi bastante recente, talvez há vários milhares de anos;

(2) o criacionismo da velha Terra (progressivo), como a teoria dos dias-eras e a teoria do dia intermitente, sendo a idade do Universo estimada em aproximadamente quatorze bilhões de anos; (3) a teoria do intervalo;

(4) a hipótese da estrutura literária;

e (5) a evolução teísta.

Principais erros sobre esta Doutrina

Deus não é o Criador porque ele não existe. O ateísmo rejeita a revelação bíblica da existência de Deus e da criação divina.

A evolução pode explicar totalmente a existência de todos os seres vivos. A evolução naturalista não leva em conta os muitos problemas da teoria da evolução e contradiz a cosmovisão bíblica do envolvimento de Deus na totalidade da criação.

Quando combinada com alguma atividade divina, a evolução pode ser considerada o mecanismo que Deus empregou no desenvolvimento de tudo o que existe.

Diversas afirmações da evolução teísta são contestadas pela narrativa bíblica da criação, pelos problemas da teoria evolucionista, pelo consenso histórico da igreja

E pela rejeição de qualquer referência à atividade divina no processo evolucionário por parte de muitos membros da comunidade científica.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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