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A Regeneração – Um Estudo Maravilhoso Sobre Esta Importante Doutrina

Segundo Gregg R. Allison Regeneração é a poderosa obra divina pela qual incrédulos recebem uma nova natureza por intermédio do novo nascimento.

A regeneração é necessária por causa da condição pecaminosa da natureza humana. A regeneração, que é uma obra totalmente realizada por Deus, é uma atribuição particular do Espírito Santo, que opera por meio do evangelho.

A regeneração consiste em dois aspectos: a remoção da velha natureza pecaminosa e a concessão de uma nova natureza, que obedece a Deus.

Quanto ao momento em que essa obra ocorre, a teologia reformada/calvinista diz que a regeneração precede a conversão, enquanto a teologia arminiana sustenta que a conversão precede a regeneração.

Entendendo a Doutrina da Regeneração

Conversando com Nicodemos, Jesus foi categórico: “Quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus” (Jo 3.3). Esse novo nascimento, ou regeneração, é necessário por causa da natureza humana pecaminosa.

Assim como a justificação responde ao problema da culpa diante de Deus, a regeneração resolve o problema da corrupção da natureza.

A regeneração é uma obra totalmente divina, para a qual os seres humanos não contribuem em nada. Nisso ela é diferente da conversão, que é a resposta humana ao evangelho, envolvendo arrependimento do pecado e fé em Cristo.

Independentemente de envolvimento humano, Deus produz o novo nascimento unilateralmente. O Espírito Santo é a Pessoa divina particularmente responsável pelo novo nascimento.

O instrumento pelo qual a regeneração ocorre é o evangelho

A regeneração é um evento instantâneo; ocorre em um momento, ao contrário da santificação, que é a transformação contínua numa maior semelhança com Cristo.

Voltando ao ponto anterior, a regeneração é totalmente obra de Deus, ao passo que a santificação é uma atividade de cooperação entre Deus e os crentes.

A regeneração consiste em dois aspectos: a remoção da velha natureza pecaminosa e a concessão de uma nova natureza.

A natureza anterior — uma natureza desobediente a Deus, a antiga identidade de pecaminosidade profunda, a antiga vida de trevas e perdição — desaparece.

Em seu lugar, surge a nova natureza — uma natureza que obedece a Deus, a nova identidade de filho redimido, a nova vida de luz e salvação.

A Regeneração é um Trabalho Misterioso de Deus

Ainda assim, esse trabalho divino permanece em grande parte misterioso. Ninguém consegue ver o ato divino acontecer, mas o que se torna evidente é o fruto da regeneração.

Pensar corretamente sobre Deus, aceitar os caminhos de Deus e andar neles, diminuir a ansiedade e a preocupação, tomar decisões de acordo com a vontade de Deus, ser motivado pelo amor de Deus e ter o propósito de glorificar a Deus.

A regeneração é frequentemente associada ao chamado efetivo. Esse chamado é a convocação divina para aceitar a salvação, e é feito aos eleitos por meio da proclamação do evangelho.

Ela garante uma resposta de arrependimento e fé

Há um importante debate em torno da relação entre regeneração e conversão, que é outro evento na ordem da salvação.

Embora nenhuma passagem bíblica aborde diretamente esse assunto, considerações teológicas levam a posições diferentes.

Além disso, no que diz respeito à sequência, esses dois eventos ocorrem simultaneamente. Portanto, a ordem é lógica, não temporal.

A teologia reformada/calvinista diz que a regeneração precede a conversão. Teologicamente, o argumento se baseia na intratabilidade da corrupção pecaminosa, que não permite qualquer tipo de resposta humana

  • — conversão, incluindo arrependimento e fé
  • — antes que haja mudança da natureza humana por meio da regeneração.

A corrupção da natureza inclui tanto a depravação total (nenhum aspecto escapa ao efeito devastador do pecado) quanto a incapacidade total (a natureza humana corrupta é incapaz de responder positivamente a Deus).

Dada essa obstinação do pecado, o novo nascimento deve preceder a resposta humana de conversão.

A teologia arminiana sustenta que a conversão precede a regeneração

Teologicamente, o argumento se baseia na graça preveniente, favor divino que vai adiante de todas as pessoas a fim de preparar sua vontade para aceitar a salvação.

Essa graça preveniente é universal e pré-consciente, estimulando o desejo inicial de buscar a Deus, despertando o sentimento de pecado, despertando o desejo de salvação e permitindo que as pessoas se arrependam do pecado e creiam em Cristo.

Em resposta a essa graça, à medida que o evangelho é proclamado, as pessoas o aceitam corretamente, e, em consequência disso, a regeneração ocorre.

Uma crença importante que se desenvolveu na igreja primitiva foi a de que o batismo traz o novo nascimento.

Essa regeneração batismal passou a ser intimamente ligada ao batismo infantil e se tornou a doutrina e prática oficial da igreja no quinto século.

Aliás, a Igreja Católica Romana acredita que, quando o sacramento do batismo é administrado a uma criança, ela é purificada do pecado original e regenerada.

Embora o conceito de regeneração batismal de Martinho Lutero fosse significativamente diferente da concepção da Igreja Católica, ele continuou a vincular a regeneração com o batismo (infantil).

As principais diferenças eram suas ênfases na Palavra de Deus e na fé

João Calvino rejeitou a regeneração batismal, mas associou cuidadosamente três elementos:

  • (1) fé forjada pelo Espírito Santo;
  • (2) arrependimento que segue a fé e é produzido por ela;
  • (3) regeneração, que é a morte da natureza pecaminosa e a outorga de uma nova vida espiritual.

Apesar disso, ele manteve algum tipo de obra incomum de Deus que causa regeneração em crianças e continuou a praticar o batismo infantil como um sinal de arrependimento e fé futuros.

Base bíblica

Jesus ressaltou a necessidade do novo nascimento em sua conversa com Nicodemos: “Em verdade, em verdade te digo que ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo. […]

Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.3-6).

Ao contrário do entendimento equivocado de Nicodemos, que pensou que Jesus estivesse falando de algum tipo de segundo nascimento físico, a exigência se referia a um renascimento espiritual.

Essa transformação é essencial para a inclusão no reino de Deus, para estar sob o domínio divino. Somente uma intervenção divina pode mudar a identidade de alguém, fazendo com que deixe de ser “carne”, caracterizada pela natureza pecaminosa.

E passe a ser “espírito”, caracterizado pela realidade que também se verifica em Deus (“Deus é espírito”; Jo 4.24).

Esse novo nascimento é a poderosa obra realizada pelo Espírito Santo, a qual consiste em purificar do pecado, trazer renovação interna e fazer com que o Espírito habite o crente, levando-o à obediência.

Especificamente, o desafio de Jesus reflete a profecia de Ezequiel (Ez 36.25-27)

O pressuposto para a necessidade desse novo nascimento é o estado pecaminoso das pessoas.

A Escritura descreve os incrédulos como “mortos nas transgressões e pecados […], seguindo o caminho deste mundo […], [vivendo].

As paixões da carne, fazendo a vontade do corpo e da mente, e por natureza filhos da ira” (Ef 2.1-3; cf. 4.18). Dado esse estado terrível, a regeneração é essencial.

Como Jesus observou, a regeneração é especialmente associada ao Espírito Santo. Aliás, a Escritura define essa transformação espiritual como “o lavar da regeneração e da renovação realizadas pelo Espírito Santo” (Tt 3.5).

Deus Pai também é mencionado como agente nessa obra: os incrédulos “nasceram” ou “foram gerados” do Pai (Jo 1.13; Tg 1.18) e são “vivificados” (Ef 2.5; Cl 2.13) por ele.

A Palavra de Deus — o evangelho — é o instrumento pelo qual a regeneração acontece: “Nascestes de novo, não de semente perecível, mas, sim, imperecível, por meio da viva e permanente palavra de Deus […].

E essa palavra é a boa-nova que vos foi pregada” (1Pe 1.23,25)

Assim, Deus trabalha soberanamente, sem assistência humana, para efetuar a regeneração por intermédio do evangelho: “Segundo sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade” (Tg 1.18).

Essa transformação divina dos seres humanos envolve a remoção de sua natureza antiga e a concessão de uma nova natureza.

Isto é, eles não são mais caracterizados pela “carne” — a natureza pecaminosa —, mas pelo “espírito”, a nova natureza.

Por meio da regeneração, seus antigos padrões habituais de pecado e comportamento mundano são deixados para trás.

O amor por Deus e pelos outros é abundante

E a proteção contra os ataques de Satanás os defende contra a queda final em suas garras (1Jo 2.29; 3.9; 4.7; 5.3,4,18).

Quanto ao debate sobre a ordem em que a regeneração e a conversão ocorrem, os dois lados listam apoio bíblico.

A posição reformada/calvinista aponta o seguinte: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus, e todo aquele que ama o Pai ama também o que dele é nascido” (1Jo 5.1).

Ou seja, o novo nascimento (marcado pelo tempo passado, “é nascido”) precede e é o fundamento para a crença em Cristo (marcada pelo tempo presente, “crê”) e o amor pelo Pai (marcado pelo tempo presente “ama”).

A posição arminiana aponta para esta afirmação sobre Cristo: “A verdadeira luz, que ilumina a todos, estava chegando ao mundo” (Jo 1.9).

Isto é, todas as pessoas têm um pouco dessa luz de Cristo, que é a graça preveniente que restaura em todos a capacidade de satisfazer as condições para a salvação.

No entanto, essa obra divina permanece em grande parte misteriosa, como Jesus observou: “O vento sopra onde quer, e ouves o seu som, mas não sabes de onde ele vem nem para onde vai.

Assim é todo aquele que é nascido do Espírito” (Jo 3.8). Devemos ser cautelosos ao tentar delinear essa obra divina de salvação e privá-la do mistério que lhe é próprio.

Principais erros

1. Desrespeito ou pouco caso pela ênfase de Jesus no mistério da regeneração. Isso leva a um detalhamento inadequado dessa obra divina.

É preciso ter o cuidado de não ultrapassar o que a Bíblia afirma, para não se perder em especulações teológicas sobre a regeneração.

2. Confundir regeneração com conversão (o tópico do próximo capítulo). Regeneração é uma obra completamente divina, em que não há envolvimento humano algum.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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