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A Suficiência e a Necessidade das Escrituras

A suficiência é um atributo da Escritura que a descreve como capaz de prover tudo aquilo de que as pessoas necessitam para serem salvas e tudo de que os cristãos precisam para agradar a Deus plenamente.

A necessidade é um atributo da Escritura segundo o qual ela é essencial para se conhecer o caminho da salvação, crescer em santidade e discernir a vontade de Deus. A doutrina da suficiência da Escritura afirma que Deus provê toda a revelação que deseja apresentar a suas criaturas humanas.

A suficiência e o princípio protestante sola Scriptura (só a Escritura) estão relacionados. A doutrina da necessidade da Escritura afirma que o povo de Deus precisa conhecer a Escritura e viver por ela, pois, sem ela, não pode haver salvação, santificação nem conhecimento da vontade de Deus.

Essas duas doutrinas contradizem a insistência da Igreja Católica Romana em afirmar que sua tradição faz parte da revelação divina. Como resultado de sua suficiência e necessidade, a Escritura capacita totalmente o povo de Deus a agradá-lo.

ENTENDENDO A DOUTRINA

Tanto em sua forma escrita quanto na transmissão oral (p. ex., quando pregada na igreja ou lida em culturas ágrafas), a Escritura é suficiente e necessária.

A suficiência, como atributo da Escritura, indica que nela os não cristãos são providos de tudo de que precisam para serem salvos.

Ela é a revelação do evangelho da morte e ressurreição de Cristo para o perdão dos pecados, juntamente com a explicação de como se apropriar da salvação. É esse evangelho, recebido pela fé somente, que salva.

Além disso, a Escritura fornece tudo de que os cristãos precisam para agradar plenamente a Deus. Quando chama os cristãos a realizarem uma obra.

Deus os equipa completamente de modo a poderem cumprir sua vontade, e ele faz isso por meio de sua Palavra (e, certamente, com a capacitação do Espírito).

A Escritura não é suficiente de uma forma absoluta

Aliás, há muita coisa sobre Deus e seus propósitos que ele preferiu não revelar (Dt 29.29).

A suficiência da Escritura se limita ao seu propósito, que é instruir os que não creem a respeito do caminho da salvação e preparar os crentes para toda boa obra, de modo que possam agradar plenamente a Deus.

A igreja primitiva acatava a suficiência da Escritura como o único padrão de fé e prática cristãs. Uma crença verdadeira deve ser estabelecida a partir dela, e qualquer crença que contradiga a Escritura é heresia.

A prática correta tem de ser com base nela, e qualquer prática que esteja em conflito com a Escritura constitui pecado.

A igreja primitiva também estabeleceu um papel para a tradição

Seus primeiros credos) na defesa de suas doutrinas contra heresias como o gnosticismo. Mas essa tradição não era considerada um complemento da Escritura.

Infelizmente, a Igreja Católica Romana medieval acrescentou tradição às Escrituras e declarou que as duas são modos da única revelação divina.

Essa tradição inclui os ensinamentos não escritos de Cristo, que ele comunicou oralmente aos seus apóstolos, os quais, por sua vez, comunicaram aos seus sucessores, os bispos da Igreja Católica, que zela por esses ensinamentos.

Ela incluiu também o ensino dos concílios gerais da igreja. Ao considerar a tradição como um modo de revelação divina, a Igreja Católica negou que a Escritura seja suficiente para a salvação e a vida piedosa.

Doutrinas Encontradas Nas Escrituras Sagradas

Há doutrinas em que se precisa crer e comportamentos e boas obras que precisam ser praticados, os quais são revelados na tradição, e não encontrados nas Escrituras.

Contrariando essa insistência na tradição da Igreja Católica, os reformadores formularam o princípio protestante sola Scriptura:

A Escritura, e somente a Escritura, capacita completamente as pessoas a conhecerem a Deus e a cumprirem plenamente a vontade dele. Esse princípio não implicava nenhum desprezo pela sabedoria do passado da igreja.

Contudo, essa tradição, como o Credo dos Apóstolos, é ministerial, servindo, mas nunca complementando a Escritura, que é a autoridade suprema da igreja.

Porque a Necessidade da Escritura Faz Parte Das Nossas Vidas

A necessidade, como atributo da Escritura, indica que o evangelho é essencial para o conhecimento do caminho da salvação.

Por ser o poder de Deus para o resgate dos pecadores, o evangelho deve ser comunicado — lido, pregado, transmitido, narrado e muito mais. Somente ouvindo a Palavra de Deus é que as pessoas podem invocar Jesus Cristo e serem salvas.

Além disso, a Escritura é necessária para progredir em santidade. Ela revela todas as ordens e proibições, todas as advertências e promessas.

O Senhor Jesus e as Escrituras Sagradas

Todas as narrativas e canções, todas as profecias e todos os provérbios pelos quais o povo de Deus pode se tornar cada vez mais semelhante a Cristo.

Além disso, a Escritura é essencial para discernir a vontade de Deus. Em termos de conteúdo, nada que esteja fora das Escrituras é necessário para formular a sã doutrina, comunicar aquilo em que se deve crer, vetar o que é proibido e ordenar o que deve ser obedecido.

A Escritura não é necessária de forma absoluta. A bem da verdade , antes que a Escritura fosse escrita, pessoas como Abraão, Isaque e Jacó tinham relacionamento com Deus, andavam com ele e conheciam sua vontade.

A necessidade da Escritura é condicionada pelo prazer de Deus em revelar a si mesmo e seus caminhos por meio de uma Palavra escrita.

Como Deus quer revelar sua verdade dessa maneira, a Escritura se torna necessária para a salvação, a santificação e o conhecimento de sua vontade.

A igreja primitiva afirmava a necessidade da Escritura

Por causa dessa necessidade, os cristãos precisam ler e meditar na Bíblia diariamente. Sua revelação necessária os guarda da heresia, do pecado, da vida negligente e do trabalho sem propósito.

Infelizmente, a Igreja Católica Romana medieval acreditava que a revelação divina consistia tanto da Escritura quanto da tradição. Essa posição significava que a Escritura não é necessária para a existência da igreja, mas apenas para o seu bem-estar.

Assim, a Escritura poderia ser perdida ou desaparecer, mas a igreja continuaria a existir com base em sua tradição.

Os reformadores insistiram que a Escritura é necessária

em a Palavra de Deus, a igreja não ficaria apenas mancando; ela perderia o rumo. Além disso, os reformadores recorreram à necessidade das Escrituras contra os fanáticos.

Esses místicos alegavam que o Espírito de Deus fala diretamente com os crentes, independentemente da Palavra de Deus.

Os reformadores reprovaram essa ideia, insistindo em que o Espírito exerce seu ministério de ensino nos crentes por intermédio da Escritura, que só pode ser compreendida com a ajuda do Espírito.

Principais erros sobre esta doutrina

1. A ênfase excessiva no Espírito de Deus, em detrimento da Palavra de Deus. Essa posição extrema resulta em subjetivismo, zelo sem conhecimento, emocionalismo e caos.

Ela minimiza a exortação da Escritura — ou não dá atenção à ela — e da igreja histórica para que sejamos guiados pela autoridade da Escritura.

2. A ênfase excessiva na Palavra de Deus, em detrimento do Espírito de Deus. Essa posição extrema resulta em insensibilidade espiritual, conhecimento sem paixão e intelectualismo estéril.

Ela despreza a orientação do Espírito (que é uma promessa bíblica) e a absoluta necessidade da iluminação do Espírito para compreender a Escritura, em primeiro lugar.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison. Deus abençoe, até o próximo texto.

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