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A Trindade

O único Deus verdadeiro é triúno, ou três em um, existindo eternamente em três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Só existe um único Deus.

Esse Deus existe eternamente em três Pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Cada uma dessas três Pessoas é plenamente Deus. As três Pessoas compartilham a mesma natureza divina e, portanto, têm fundamentalmente a mesma essência, glória e poder.

As três Pessoas são distintas em seus papéis e relações. Quanto a esses papéis distintos, o Pai cria, o Filho salva e o Espírito Santo santifica (no entanto, os três atuam inseparavelmente em todas as obras divinas).

Quanto às relações distintas, cada uma das três Pessoas tem uma característica eterna singular que as outras não têm.

ENTENDENDO A DOUTRINA DA TRINDADE

Segundo Gregg R. Allison a doutrina da Trindade afirma que o único Deus verdadeiro existe eternamente como três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo.

Cada uma dessas três Pessoas é totalmente Deus: o Pai é totalmente Deus; o Filho é totalmente Deus; o Espírito Santo é totalmente Deus.

As três Pessoas são iguais em natureza, glória e poder, sendo todas o mesmo Deus. Nenhuma das três Pessoas depende da outra para sua divindade. Pelo contrário, cada um é.

Deus em si mesmo: o Pai é Deus em si mesmo; o Filho é Deus em si mesmo; o Espírito Santo é Deus em si mesmo. Contudo, não existem três deuses, mas um Deus em três Pessoas.

As três Pessoas são diferentes no que diz respeito a seus papéis e suas relações

Quanto às distinções em papéis (a Trindade econômica), o Pai exerce o papel principal na criação (trabalhando em conjunto com o Filho e o Espírito).

O Filho exerce o papel principal na salvação (trabalhando com o Pai e o Espírito). O Espírito Santo exerce o papel principal na santificação (trabalhando com o Pai e o Filho para produzir transformação).

Na verdade, as três Pessoas distintas em suas diferentes atividades trabalham juntas inseparavelmente na criação, na salvação e na santificação.

No entanto, cada uma dessas obras divinas particulares está a cargo de uma das três Pessoas: é de sua responsabilidade específica.

Quanto às distinções nas relações (a Trindade ontológica ou imanente), cada uma das três Pessoas tem uma característica eterna singular, não compartilhada pelas outras.

A característica eterna da primeira Pessoa é a paternidade: ele é o Pai do Filho. Ele não é gerado (como é o caso do Filho), nem procede (como é o caso do Espírito).

A característica eterna da segunda Pessoa é a filiação: ele é o Filho do Pai, gerado eternamente pelo Pai, ou seu primogênito (embora não criado por ele nem dependente dele para sua divindade).

A característica eterna da terceira Pessoa é a processão: o Espírito Santo procede eternamente do Pai e do Filho (embora não seja criado por eles nem dependente deles para sua divindade). Por paternidade, geração e processão, os três são Pessoas distintas.

Base bíblica

Gregg R. Allison diz que doutrina da Trindade é revelada progressivamente nas Escrituras. O Antigo Testamento fornece uma revelação parcial.

Quando Deus delibera: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança” (Gn 1.26; grifo do autor), o plural implica mais de uma Pessoa.

Pelo menos Deus e o Espírito de Deus (Gn 1.1,2) estão incluídos na divindade. No entanto, existe apenas um Deus (Dt 6.4).

No salmo 45, uma Pessoa chamada “Deus” dirige-se a outra Pessoa chamada “Deus”: “O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos. O cetro do teu reino é cetro de equidade; amaste a justiça e odiaste a impiedade.

Por isso Deus, o teu Deus, ungiu-te com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros” (Sl 45.6,7). O Filho é chamado de Deus e, por causa de seu governo justo, um outro, chamado “seu Deus”, o Pai (Hb 1.8), fala com ele e o recompensa.

No salmo 110, uma Pessoa chamada “SENHOR” se dirige a outra Pessoa chamada “SENHOR”: “O SENHOR disse ao meu Senhor: assenta-te à minha direita, até que eu ponha teus inimigos debaixo dos teus pés” (v. 1). Deus, o Pai, dirige-se a Deus, o Filho (Mt 22.43,44).

O Novo Testamento oferece uma revelação mais completa da Trindade

No início do ministério de Jesus, Deus Pai fala palavras elogiosas sobre Jesus (Deus Filho) enquanto Deus Espírito Santo desce sobre o que está sendo batizado (Mt 3.16,17).

Na conclusão de seu ministério, Jesus instrui seus discípulos a fazerem discípulos dos povos das nações, o que inclui “batizá-los em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (28.19). A unicidade de Deus também é enfatizada (Rm 3.30; Gl 3.20).

As três Pessoas estão envolvidas na salvação desses novos discípulos de maneiras diferentes: o Pai os elege, o Espírito os santifica e Cristo, a quem eles devem obedecer, purifica-os (1Pe 1.2).

Sobre esses discípulos, o apóstolo pronuncia uma bênção trinitária: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todas vós” (2Co 13.14).

Os três também se engajam na missão da igreja: “Há diversidade de dons, mas o mesmo Espírito; e há diversidade de serviços, mas o mesmo Senhor; e há diversidade de ações, mas é o mesmo Deus quem realiza tudo em todos” (1Co 12.4-6).

Como a Trindade Opera Inseparavelmente?

Essa cooperação na atividade divina embasa a doutrina das operações inseparáveis da Trindade. Outras passagens mostram, semelhantemente, as três Pessoas divinas agindo em comum.

Por exemplo, a missão divina é apresentada como o Pai enviando seu Filho para que pessoas que estão alienadas dele possam se tornar filhos adotivos. “Vindo, porém, a plenitude dos tempos.

Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da lei, para resgatar os que estavam debaixo da lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.

E, porque sois filhos, Deus enviou ao nosso coração o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai” (Gl 4.4-6). As três Pessoas se envolvem inseparavelmente na missão divina.

Teologicamente, a doutrina das operações trinitárias inseparáveis emerge de três outras doutrinas:

  • (1) a unidade das três Pessoas na natureza divina única indica que o Deus único cria, salva e santifica.
  • (2) A habitação mútua das três Pessoas (perichoresis) significa que, enquanto o Pai trabalha, o Filho e o Espírito, que habitam nele, trabalham em conjunto com ele.
  • (3) Por compartilharem uma única natureza divina, as três Pessoas têm a mesma vontade, conhecimento e poder.

Como expressou Agostinho: “O Pai, o Filho e o Espírito Santo, por serem indivisíveis, operam de maneira indivisível”. 1

O desenvolvimento dessa doutrina ocorreu nos primeiros séculos depois de Cristo, quando a igreja desenvolveu e expressou uma consciência trinitária.

Por exemplo, a oração era trinitária, dirigida ao Pai em nome de Jesus e por intermédio do Espírito Santo.

Assim, também, a adoração da igreja era dirigida a Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito. Tertuliano (160- 240) foi o primeiro a usar o termo “Trindade” para se referir à unidade dos três.

A Luta Teológica da Trindade Com as Heresias

Na luta contra a heresia que negava a divindade do Filho e do Espírito Santo, a igreja convocou concílios.

Um dos frutos dessas assembleias gerais foi a formulação de credos, que têm uma estrutura trinitária: “Creio em um só Deus Pai todo-poderoso e em […] um só Senhor Jesus Cristo e no Espírito Santo…”.

Assim, a igreja confessou sua fé no Deus triúno. Sua doutrina se tornou uma substância (a natureza divina compartilhada igualmente) e três Pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo), a unidade na Trindade.

Como afirmou Gregório de Nazianzo (c. 330 — 390 a.C.): “Mal concebo o Um, sou iluminado pelo esplendor dos Três; assim que eu os distingo, sou levado de volta ao Um”.

Um concílio da igreja, reunido em 589, inseriu uma palavra no Credo de Niceia (que havia afirmado que o Espírito Santo “procede do Pai”), declarando que o Espírito Santo procede “do Pai e do Filho” (filioque; grifo do autor).

Essa dupla processão do Espírito é aceita pela Igreja Católica Romana e pelas igrejas protestantes, mas rejeitada pelas igrejas ortodoxas orientais.

Principais erros sobre esta Doutrina

A afirmação de que Deus é uma única Pessoa. O unitarismo rejeita a divindade do Filho e do Espírito.

A afirmação de que há três deuses. O triteísmo rejeita a doutrina bíblica de que Deus é um.

A negação das diferenças entre as três Pessoas. Para o modalismo, “Pai”, “Filho” e “Espírito Santo” são diferentes nomes da mesma Pessoa. Esse ponto de vista não explica passagens em que as três Pessoas estão ativas ao mesmo tempo (p. ex., o batismo de Jesus).

A negação da divindade do Filho. O arianismo não explica as passagens que afirmam que Jesus é Deus.

A negação da divindade do Espírito Santo (pneumatomacianismo). Essa posição não consegue explicar as passagens que dizem que o Espírito é Deus.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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