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A Verdadeira Conversão – O Maior Milagre da Sua Vida

A conversão é a resposta humana ao evangelho. Consiste em arrependimento do pecado e fé em Jesus Cristo. Se regeneração e conversão são como os dois lados de uma moeda, a regeneração é uma obra divina e a conversão é uma resposta humana.

Embora seja uma resposta humana, ela não é meramente humana, pois tem a ajuda divina.

Quanto à ordem em que ocorre essa resposta humana, a teologia reformada/calvinista diz que a regeneração precede a conversão, enquanto a teologia arminiana sustenta que a conversão precede a regeneração.

Entendendo a Doutrina e o Que é a Verdadeira Conversão

Quando a igreja desempenha sua missão de comunicar o evangelho, um importante elemento de sua mensagem é exortar os ouvintes das boas-novas para que se arrependam de seus pecados e creiam em Jesus Cristo para serem salvos.

Essa resposta humana ao evangelho é conversão. Os dois aspectos da conversão são o arrependimento e a fé. Arrependimento é mudar o modo de pensar e de viver.

Envolve o reconhecimento de que nossos pensamentos, nossas palavras e nossas ações são pecaminosos e, portanto, ofendem a Deus. Inclui também um sentimento de tristeza pelo pecado, bem como a decisão de romper com ele.

Arrependimento é diferente de sentir pesar pela nossa situação ou lamentar que nossos erros tenham sido expostos. Em vez disso, envolve um componente intelectual, um componente emocional e um componente volitivo.

Fé é crença e confiança pessoal

Envolve uma compreensão da pessoa e da obra salvadora de Cristo, incluindo o reconhecimento da necessidade de perdão e a decisão de confiar em Cristo para nos salvar pessoalmente.

A fé que salva é diferente da fé falsa, que é mera compreensão intelectual ou concordância. Ela também difere da fé temporária e da fé aparente. Assim como o arrependimento, a fé envolve componentes intelectuais, emocionais e volitivos.

Embora seja uma resposta humana integral, a conversão não é meramente humana, pois é iniciada pelo evangelho e estimulada pela graça do Espírito Santo.

A teologia arminiana defende a graça preveniente, um tipo de capacitação divina que vai adiante de todas as pessoas para preparar sua vontade, que é indiferente a Deus por causa do pecado, de modo que elas possam aceitar a salvação.

Essa graça é universal e pré-consciente, permitindo que pecadores se arrependam do pecado e creiam em Cristo.

A teologia reformada não reconhece a graça preveniente

Pelo contrário, defende a graça salvadora, o favor de Deus que é dado apenas aos eleitos. Essa graça assegura que os eleitos respondam ao evangelho da forma certa e, assim, sejam salvos.

Essas duas posições teológicas discordam quanto à ordem em que ocorre a resposta humana ao evangelho.

A teologia reformada/calvinista diz que a regeneração precede a conversão, enquanto a teologia arminiana sustenta que a conversão precede a regeneração.

Essa ordem não é cronológica, porque as duas ocorrem ao mesmo tempo. Trata-se de uma ordem lógica.

A visão reformada sustenta que, por causa da depravação e incapacidade humanas, e porque não existe graça preveniente, é preciso que pessoas pecadoras nasçam de novo antes (logicamente, não temporalmente) de poderem se converter.

A Natureza da Regeneração Através da Verdadeira Conversão

Uma vez tendo uma nova natureza por meio da regeneração, elas são capazes de oferecer a resposta humana apropriada ao evangelho, ou seja, arrependimento e fé. A obra divina de regeneração precede logicamente a resposta humana da conversão.

O ponto de vista arminiano também admite a depravação e incapacidade humanas, mas acredita que a graça preveniente restaura em todos os pecadores a capacidade de satisfazer as condições da salvação.

Consequentemente, ao ouvirem o evangelho, as pessoas respondem adequadamente com arrependimento e fé.

Com a ajuda da graça preveniente, a resposta humana da conversão precede logicamente a obra divina de regeneração.

Base bíblica

Em toda a Escritura, o chamado para que os pecadores se convertam é ouvido no apelo para que se arrependam de seus pecados e confiem no Senhor.

No Antigo Testamento, o arrependimento aparece como o apelo a Israel (2Cr 7.14) e o apelo aos pagãos de Nínive (Jo 3.1-10) para “se desviar dos seus maus caminhos”.

No Novo Testamento, João Batista e Jesus pregaram: “Arrependei-vos, porque o reino do céu chegou” (Mt 3.2; 4.17).

Após sua ressurreição, Jesus disse aos discípulos que “arrependimento para perdão dos pecados deveria ser proclamado em seu nome a todas as nações, começando por Jerusalém” (Lc 24.47).

Consequentemente, Pedro anunciou o evangelho em Jerusalém no Dia de Pentecostes e exortou seus ouvintes: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão de vossos pecados” (At 2.38).

A salvação, no entanto, não estava restrita a judeus arrependidos, como ficou demonstrado na conversão de Cornélio e sua família. Aliás, os espectadores judeus concluíram: “Então, Deus concedeu também aos gentios o arrependimento que leva à vida” (At 11.18).

De fato, Deus “ordena que, por toda parte, todos se arrependam, pois determinou um dia em que julgará o mundo com justiça, por meio do homem que escolheu” (At 17.30,31).

O Arrependimento

O arrependimento envolve tristeza pelo pecado, que é diferente da tristeza mundana. Paulo contrapõe a “tristeza segundo Deus” com a “tristeza mundana”.

No último caso, o pesar não passa de um remorso por determinada situação ou um lamento pela exposição de nossos erros.

Já “a tristeza segundo Deus produz o arrependimento que conduz à salvação sem lamento, enquanto a tristeza mundana produz morte” (2Co 7.9-11).

O verdadeiro arrependimento manifesta-se em atos e atitudes concretas, “frutos correspondentes ao arrependimento” (Lc 3.8).

Junto com esse chamado ao arrependimento há o chamado para crer ou ter fé. O exemplo fundamental de salvação é Abraão, que “creu no SENHOR, E O SENHOR lhe atribuiu isso como justiça” (Gn 15.6; Rm 4.9,22).

O contraste entre apropriação da salvação pela fé e pelas obras aparece com frequência: “Porque pela graça fostes salvos, por meio da fé. E isto não vem de vós; é dom de Deus, não resultado de obras, para que ninguém se vanglorie” (Ef 2.8,9).

O objeto da fé salvadora é o próprio Jesus, enviado pelo Pai ao mundo que ele amou, “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

De fato, a justificação é pela fé em Cristo (Rm 10.9).

A fé salvadora contrasta com a fé falsa, que é uma simples compreensão intelectual ou assentimento. “Até os demônios creem [que Deus é um só] — e estremecem!” (Tg 2.19).

Também é diferente da fé temporária, “daquele que ouve a palavra e a recebe imediatamente com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, permanece um momento e, quando vêm tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo cai” (Mt 13.20,21).

Além disso, a fé salvadora também é diferente da fé aparente (Hb 6.4-10; 1Jo 2.18,19). Quanto à ordem lógica em que ocorrem a regeneração e a conversão, os dois lados afirmam ter apoio na Escritura.

A posição reformada aponta o seguinte: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus, e todo aquele que ama o Pai ama também o que dele é nascido” (1Jo 5.1).

Ou seja, o novo nascimento (marcado pelo tempo passado, “é nascido”) precede e é o fundamento para a crença em Cristo (marcada pelo tempo presente, “crê”) e o amor pelo Pai (marcado pelo tempo presente “ama”).

A regeneração precede a verdadeira conversão

A posição arminiana aponta para esta afirmação sobre Cristo: “A verdadeira luz, que ilumina a todo homem, estava chegando ao mundo” (Jo 1.9).

Isto é, todas as pessoas têm um pouco dessa luz de Cristo, que é a graça preveniente que restaura em todos a capacidade de satisfazer as condições para a salvação.

Além disso, historicamente, essa graça tem encontrado apoio na versão latina de Salmos 59.10: “A misericórdia de Deus me encontrará” [praevenient]. […] Ela vai adiante do obstinado para torná-lo disposto”.

1 Assim, auxiliadas pela graça preveniente, as pessoas voluntariamente respondem ao evangelho com arrependimento e fé, conforme são exortadas a fazê-lo.

Em seguida, vem o novo nascimento. A conversão precede a regeneração.

Principais erros

1. Tomar para si o crédito pela conversão de alguém ou fazer do próprio arrependimento e da própria fé o fator decisivo para a salvação.

Quer seja vista de uma posição reformada ou de uma perspectiva arminiana, a conversão deve render glória a Deus pela obra de superação da graça.

Consequentemente, a crítica reformada da visão arminiana não deve negligenciar a insistência arminiana na graça preveniente como a iniciativa divina para a conversão.

2. Minimizar a importância do papel humano na conversão. Quer seja abordada a partir de uma posição reformada ou de uma perspectiva arminiana, a conversão deve deixar espaço para a responsabilidade humana.

Consequentemente, a crítica arminiana da posição reformada não deve ser interpretada como uma negação do papel da resposta humana — arrependimento e fé — na conversão.

3. Insistir em que a conversão de alguém tem que ser semelhante à nossa. Nas tradições revivalistas, por exemplo, é considerada a norma uma conversão radical acompanhada de fortes demonstrações de emoção (choro por causa do pecado).

Sensações físicas (“Foi como se tivessem tirado um peso de cima dos meus ombros”), cessação imediata de quaisquer vícios (consumo excessivo de álcool, imoralidade sexual) etc.

Infelizmente, essa insistência em uma experiência específica de conversão desvaloriza as conversões menos ruidosas.

Além disso, também pode levantar dúvidas sobre a salvação dos filhos de pais que experimentaram conversões radicais, pois os filhos são protegidos de muitos dos pecados em que os pais caíram.

Ou seja, a conversão dos filhos pode não ser tão radical quanto a dos pais, gerando questionamentos sobre a genuinidade da salvação dos filhos.

4. Definir conversão como algo que envolve apenas fé, sem arrependimento. Um movimento contemporâneo liga arrependimento com discipulado e seguir a Cristo como Senhor, mas defende que a salvação vem somente pela fé e por aceitar a Cristo como Salvador.

A posição da Free Grace Society [Sociedade da Livre Graça] não consegue juntar as duas ênfases da Escritura sobre arrependimento e fé. Por exemplo, os primeiros ouvintes do evangelho foram exortados a se arrependerem e foram chamados de crentes (At 2.38,44).

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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