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Adoração – Entenda Como Essa Doutrina é Importante

A adoração é um ato de reconhecimento e aclamação da majestosa grandeza de Deus realizado conforme ele determina. Pode-se afirmar que a adoração é o propósito para o qual todas as coisas existem.

Nesse sentido, toda e qualquer iniciativa dos cristãos e das igrejas, caso seja com fé e em obediência a Deus, é adoração. Em outro sentido, a adoração é uma atividade específica, regular e coletiva dos cristãos.

Liturgia é uma estrutura organizada de adoração pública. Essa adoração a Deus exercida de forma coletiva consiste em vários elementos específicos.

As diferentes formas de culto público refletem dois princípios diversos: o princípio regulador e o princípio normativo. A igreja se dedica à adoração para glorificar a Deus.

Entendendo a Doutrina da Adoração

Gregg R. Allison diz que em certo sentido, tudo o que Deus criou é orientado para a glória dele: os céus e a terra, as montanhas e as florestas, os anjos e os seres humanos.

Assim, a adoração — o reconhecimento e a aclamação da majestosa grandeza de Deus — é o propósito para o qual todas as coisas existem.

Na esfera humana, portanto, adoração é qualquer ato feito com fé e obediência, cujo objetivo é glorificar a Deus: dedicação ao trabalho, criação de uma família e expressões de fé, esperança e amor.

A Importância da Leitura Sobre a Adoração

Igualmente, ler e meditar nas Escrituras, orar e cantar cânticos de louvor e ações de graças durante as devoções pessoais, todas essas coisas constituem adoração individual.

Além disso, qualquer coisa em que a igreja se envolva com fé e obediência é adoração: as reuniões de oração, a escola dominical, o evangelismo, a alimentação dos pobres e os grupos comunitários constituem adoração.

Em outro sentido, a adoração é a atividade específica em que os cristãos se envolvem coletivamente no domingo.

Isso geralmente é chamado de culto de adoração, seguindo uma estrutura ordenada de atividades, ou liturgia.

Especificamente no anglicanismo, na chamada Alta Igreja (anglo-católica), essa liturgia é rigidamente estruturada e segue um padrão histórico.

Na Baixa Igreja (evangélica), essa liturgia pode ser mais relaxada e até parecer espontânea, mas, na maioria dos casos, o culto segue alguma ordem.

Uma liturgia comum consiste nos seguintes elementos

Chamado à adoração; louvor e gratidão a Deus por seus atributos e atos poderosos, e isso por meio de cânticos, orações e leitura responsiva; confissão de pecado e garantia de absolvição (anúncio do perdão).

Leitura, pregação e audição da Palavra de Deus; instrução e exortação para corresponder a Deus com fidelidade e obediência; doação de recursos financeiros; recitação de um credo.

Ou confissão de fé; administração dos sacramentos/ordenanças do batismo e da ceia do Senhor; bênção final.

É importante ressaltar que Deus prescreve a maneira correta pela qual ele deve ser adorado

A Escritura apresenta casos de adoração ilegítima (p. ex., Nadabe e Abiú; Lv 10.1,2) e condena a adoração falsa (p. ex., Is 1.10-15).

A igreja é advertida para não cair em idolatria, o que significa que existe a possibilidade de que ela dirija sua adoração para alguém ou algo diferente de Deus (p. ex., reconhecimento social, números e construções, determinado objetivo político).

Além disso, a Escritura proíbe que certas atitudes e ações sejam manifestas durante o culto (1Co 14).

Dois princípios operam em resposta à pergunta

“Que elementos a igreja pode incorporar corretamente em seu culto de adoração?”.

O princípio regulador afirma que apenas os elementos que a Bíblia autoriza — por exemplo, ler a Bíblia, orar, cantar louvores — são permitidos.

O princípio normativo estabelece que a igreja é livre para incorporar qualquer elemento — como a dança litúrgica e a “música especial” (cantada por só um indivíduo, em vez de todos) —, a menos que a Escritura o proíba.

Seja qual for o princípio e a abordagem litúrgica adotados, a igreja se dedica à adoração porque Deus é digno da glória atribuída a ele.

Além disso, ele não necessita da adoração da igreja porque lhe falta glória, ou porque precisa ser apaziguado, ou porque a igreja tem de fazer isso para ganhar seu favor.

Finalmente, a chave para a adoração autêntica é ser um adorador genuíno, que adora a Deus “em Espírito e em verdade” (Jo 4.21- 24).

Durante a maior parte de sua existência, a igreja tem procurado adorar a Deus de maneiras padronizadas.

Justino Mártir forneceu um instante de um culto da igreja primitiva: no domingo, os crentes se reuniam para leitura da Escritura (nosso Antigo Testamento).

E dos Evangelhos, ensinamentos e exortações pelos líderes, oração congregacional, ceia do Senhor e doações financeiras.

Posteriormente, outros elementos foram acrescentados: leitura do restante dos escritos do Novo Testamento, canto dos Salmos e pregação por presbíteros e bispos.

Com o tempo, a missa romana altamente estruturada se tornou o padrão para os cultos da igreja. Desenvolveu-se então a liturgia romano-galicana da qual surgiu a moderna liturgia católica romana.

Essas liturgias centravam-se na eucaristia e incluíam momentos de abertura e encerramento formalizados, orações escritas (com estrutura trinitária) e recitação de um credo.

Na Reforma, Martinho Lutero compôs uma liturgia que era conduzida em alemão, e não em latim, e enfatizou a pregação da Palavra de Deus.

João Calvino desenvolveu uma liturgia que incluía a confissão pública do pecado, seguida de uma absolvição pastoral (pronunciamento de perdão) e da leitura e exposição das Escrituras.

Novos modelos de culto foram desenvolvidos na era moderna

As igrejas cujo foco era o avivamento orientavam seus cultos dominicais para o evangelismo e a renovação pessoal.

Esses cultos geralmente eram concluídos com um convite para que os incrédulos se convertessem a Cristo e para que os crentes se unissem à igreja.

Reuniões corporativas, que historicamente se concentravam na adoração a Deus, passaram a se preocupar com a salvação e a santificação dos membros, individualmente.

Os avivamentos pentecostais e carismáticos introduziram novos elementos nos cultos de adoração: sensibilidade à direção do Espírito Santo, falar ou cantar em línguas e espontaneidade, em vez de um culto estruturado.

Base bíblica

Gregg R. Allison diz que o Antigo Testamento associa a adoração a Deus à construção de altares pelos patriarcas (Noé, Gn 8.20; Abraão, Gn 12.7,8; 13.4,18; Jacó, Gn 35.1- 7).

Ao encontro do povo errante de Israel com Deus no Tabernáculo (Êxodo, Levítico), à presença do povo estabelecido de Israel no Templo de Salomão (1Rs 5—8) e à presença do povo pós-exílico no Segundo Templo (Esdras, Neemias).

O livro de cânticos de louvor dos israelitas era o livro de Salmos, sendo que mais de um terço dos salmos vêm com instruções específicas para seu uso no culto corporativo.

Após o Exílio e o retorno à terra de Israel, os que não viviam perto do templo restaurado adoravam nas sinagogas.

Embora os sacrifícios não pudessem ser oferecidos ali, a adoração na sinagoga incluía leitura e instrução nas Escrituras, oração, cânticos e ritos cerimoniais.

Na época de Jesus, a adoração na sinagoga era comum em Israel. Aliás, os Evangelhos narram a participação de Jesus em sinagogas (p. ex., Lc 4.16-30).

Lutando contra as ideias erradas de que a adoração devia ocorrer no monte Gerizim (culto samaritano) ou no Templo de Jerusalém (adoração judaica), Jesus revolucionou a noção de culto:

“Mas a hora está vindo, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e em verdade, pois o Pai está em busca desses para adorá-lo.

Deus é Espírito, e os que o adoram devem fazê-lo em Espírito e em verdade” (Jo 4.23,24).

O cerne da adoração genuína não é a localização, mas, sim, as próprias pessoas espiritualmente transformadas.

Além dessa promessa, Jesus não forneceu instruções específicas sobre adoração.

Cumprindo a promessa de Jesus, a descida do Espírito Santo ao Pentecostes inaugurou uma nova realidade: a adoração na igreja da nova aliança.

Os elementos dessa adoração incluíam ensino apostólico, vida comunitária com doações sacrificais, batismo e ceia do Senhor, oração e louvor a Deus (At 2.41-47).

Outros elementos eram a leitura pública das Escrituras, exortação e ensino (1Tm 4.13); doações financeiras (2Co 8 e 9); disciplina da igreja (Mt 18.15-20; 1Co 5; 2Co 2.1-11); o uso de dons espirituais para a edificação da igreja (1Co 12—14); e mais (Ef 5.19; Cl 3.16).

Esses cultos eram realizados no primeiro dia de cada semana (At 20.7; 1Co 16.2).

Principais erros sobre a Adoração

1. O culto de adoração é um ritual mal orientado de que as pessoas participam para apaziguar a Deus e/ou tentar obter o seu favor.

Essa abordagem não discerne a diferença entre religião (a tentativa humana de alcançar Deus) e adoração genuína (reconhecer e aclamar a majestosa grandeza de Deus com todo o nosso ser; Rm 12.1,2).

2. O culto de adoração é uma missa centrada na reapresentação do sacrifício de Jesus Cristo.

Essa abordagem católica romana da adoração é equivocada por causa de sua concepção errada da ceia do Senhor (a transubstanciação é contestada no capítulo anterior).

E porque a adoração deve ser centrada no evangelho: a palavra sobre Cristo, e não na reapresentação da obra de Cristo.

3. Elementos novos, sem qualquer fundamento, são incorporados ao culto de adoração. Historicamente, a igreja tem buscado garantia bíblica para os vários aspectos de sua adoração.

Opcionalmente, determinou que os elementos de sua adoração tenham pelo menos alguma semelhança com os padrões bíblicos e não sejam proibidos pela Bíblia.

Essas considerações são abandonadas em algumas igrejas contemporâneas à medida que introduzem práticas aleatórias como pintar durante a pregação, espalhar gelo-seco no auditório para criar um ambiente misterioso, manusear cobras venenosas e cair no Espírito.

4. As chamadas guerras de adoração dividiram a igreja. Embora a divisão seja muitas vezes sobre o estilo da música, a questão é a quem o culto deve ser dirigido.

Muitas igrejas contemporâneas deixaram de dirigir seus cultos a Deus (com benefícios também para as pessoas que cultuam) e passaram a dirigi-los à audiência. Essa postura não percebe qual é o verdadeiro objetivo da adoração.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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