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Batismo Com o Espírito Santo

Quando Deus salva uma pessoa por meio de Jesus Cristo, um dos poderosos atos salvíficos de Cristo é batizar esse novo cristão com o Espírito Santo, incorporando-o ao corpo de Cristo, a igreja.

O batismo com o Espírito Santo faz parte da atividade salvadora de Deus, junto com a justificação, a regeneração e muito mais.

O Batismo com o Espírito foi profetizado no Antigo Testamento, prometido por João Batista e Jesus Cristo, e ocorreu pela primeira vez no Dia de Pentecostes.

O Envio do Espírito Santo

Em consonância com sua eterna processão do Pai e do Filho, o Espírito Santo foi enviado pelo Pai e pelo Filho no Dia de Pentecostes.

Há quatro elementos nesse ato: Cristo é o batizador, o novo crente é o batizado, o elemento do batismo é o Espírito Santo, e o propósito do batismo é a incorporação no corpo de Cristo, a igreja.

Embora todas as três ações envolvam o Espírito Santo, o batismo com o Espírito é diferente da regeneração pelo Espírito e dos sucessivos enchimentos do Espírito.

Muitos pentecostais e carismáticos afirmam que o batismo com o Espírito, em vez de ocorrer no momento da salvação, ocorre após a salvação e tem o propósito de capacitar os cristãos para exercerem um ministério dinâmico e frutífero.

A Doutrina do Batismo Com o Espírito Santo

Para Gregg R. Allison um aspecto da salvação muito negligenciado é o batismo com o Espírito Santo.

Enquanto a igreja geralmente enfatiza os poderosos atos divinos de união com Cristo, regeneração, justificação e adoção, existe outro elemento da salvação: a obra que Cristo realiza batizando os novos crentes com o Espírito Santo.

Embora não seja detectável externamente, essa experiência insere novos cristãos no corpo de Cristo, a igreja.

O batismo com o Espírito Santo é mais frequentemente associado com a descida do Espírito no Dia de Pentecostes (At 2). Contudo, esse evento importante foi precedido por profecias e promessas a seu respeito.

O Antigo Testamento aguardava com expectativa um novo e inusitado derramamento do Espírito Santo. João Batista manteve e aumentou essa expectativa ao associar esse derramamento do Espírito ao Messias, que estava no meio do povo de Israel.

Como Messias, o próprio Jesus manteve e aumentou essa expectativa, prometendo a seus discípulos que eles teriam uma maior intimidade com o Espírito e dele receberiam poder.

De fato, antes de ascender e enviar seus discípulos em missão como suas testemunhas, Jesus lhes ordenou que esperassem em Jerusalém a descida do Espírito Santo prometido.

Dez dias após sua ascensão, Jesus, o Filho, junto com o Pai, enviou o Espírito Santo, no Dia de Pentecostes.

Esse derramamento do Espírito pelo Pai e pelo Filho reflete o fato de que o Espírito procede dos dois eternamente.

O Espírito procede do Pai e do Filho

Consequentemente, eles, em conjunto, derramam o Espírito para inaugurar seu novo ministério e dar à luz a igreja da nova aliança.

Esse derramamento novo e inédito não significa que o Espírito antes estivesse inativo. Pelo contrário, estava trabalhando entre o povo de Israel, especialmente em seus juízes, reis e profetas.

Conforme havia sido profetizado, o novo ministério do Espírito seria mais extenso e intenso.

Da mesma forma que batizou seus discípulos com o Espírito Santo naquele Dia de Pentecostes, Cristo continua batizando novos crentes com o Espírito como parte de sua salvação.

Jesus Cristo é quem realiza o batismo

Os novos cristãos são os batizados. O elemento com o qual Cristo batiza esses novos discípulos é o Espírito Santo. E o propósito desse batismo é uni-los ao corpo de Cristo, a igreja.

Embora envolva o Espírito Santo, esse ato poderoso é distinguível tanto da regeneração pelo Espírito quanto dos repetidos enchimentos com o Espírito.

A regeneração é o ato pelo qual o Espírito Santo remove a velha natureza de uma pessoa pecadora e implanta uma nova natureza em seu lugar.

Essa é a obra do Espírito que faz a pessoa nascer de novo. O batismo com o Espírito é o ato pelo qual o Espírito é derramado sobre uma pessoa, sendo, assim, o primeiro enchimento com o Espírito.

À medida que esse cristão anda em novidade de vida, ele deve ser continuamente enchido — controlado e guiado — pelo Espírito. Além disso, o enchimento com o Espírito Santo dá poder à igreja para o desempenho de sua missão.

No último século, as igrejas pentecostais e o movimento carismático contestaram esse entendimento tradicional do batismo do Espírito.

São essas as divergências

(1) o batismo com o Espírito Santo ocorre como uma segunda bênção, subsequente à experiência inicial de salvação.

(2) Esse derramamento é caracterizado por falar em línguas — isto é, orar e louvar a Deus em línguas ou palavras desconhecidas.

(3) O propósito desse batismo no Espírito é capacitar os cristãos para exercerem um ministério eficaz, em geral acompanhado de sinais, milagres e maravilhas.

Dois efeitos dessa perspectiva pentecostal/carismática são evidentes: o efeito positivo é uma força poderosa de evangelismo, plantação de igrejas e missões que está varrendo o mundo.

O efeito negativo é que a distinção entre cristãos que experimentaram essa segunda bênção do batismo com o Espírito e os que não tiveram essa experiência divide a igreja em todo o mundo.

Base bíblica

Segundo Gregg R. Allison o Antigo Testamento previu um novo e inédito derramamento do Espírito Santo. Moisés desejou que Deus pusesse seu Espírito em todo o seu povo (Nm 11.26-30).

Ezequiel profetizou sobre o dia em que Deus colocaria seu Espírito dentro de seu povo para que ele fosse obediente (Ez 36.25-27).

Joel profetizou Deus derramando o seu Espírito sobre todas as pessoas: homens e mulheres, velhos e jovens, escravos e livres (Jl 2.28-32; citado em At 2.16-21).

Essa nova obra do Espírito Santo estava particularmente associada ao Servo Sofredor/Messias (Is 61.1,2; citado em Lc 4.18,19) e a uma nova aliança que substituiria a antiga (Jr 31.31-34; citado em Hb 8.8-12).

No Novo Testamento, João Batista manteve e intensificou essa expectativa de um novo e inédito derramamento quando se referiu ao Messias como aquele que batizaria com o Espírito Santo (Lc 3.15-17; Jo 1.33).

Como Messias, o próprio Jesus manteve e ampliou essa expectativa: embora o Espírito estivesse, de fato, com os discípulos de Jesus, ele logo estará neles (Jo 14.17).

O Espírito que vivifica seria como rios de água viva fluindo deles (Jo 7.37-39). Nas instruções que deu aos discípulos antes de sua ascensão.

Jesus ordenou-lhes que esperassem em Jerusalém até serem “revestidos de poder” do alto, pois ele enviaria “a promessa de [seu] Pai” sobre eles (Lc 24.49; At 1.4,5).

O Dia de Pentecostes marcou o envio do Espírito de uma forma nova e sem precedentes — um derramamento em cumprimento das promessas anteriores.

O Pai e o Filho enviaram o Espírito (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7; At 2.33), que desceu sobre os 120 discípulos. Fortalecida pelo Espírito, a igreja começou a se expandir pelo mundo com a pregação do evangelho (At 1.8).

O batismo com o Espírito não foi só um evento histórico no Dia de Pentecostes, mas também faz parte da experiência inicial de salvação para todos os cristãos. Paulo indica que todo crente foi batizado por Cristo com o Espírito Santo (1Co 12.13).

Assim, essa experiência é iniciática, universal e permanente

Na verdade, é , como John Stott explicou: “O batismo do Espírito Santo é uma experiência cristã universal, porque é a experiência cristã inicial ”.

À medida que são cheios e guiados pelo Espírito, os cristãos se recusam a viver segundo sua natureza pecaminosa e amadurecem em seu caráter, tornando-se cada vez mais semelhantes a Cristo (Gl 5.16-26).

Com seus membros sendo continuamente cheios do Espírito, a igreja experimenta comunhão profunda, adoração genuína, constantes ações de graças e submissão mútua (Ef 5.18-21).

Seus líderes, em particular, devem ser caracterizados pela plenitude do Espírito (At 6.3,5; 11.24) e devem empenhar-se no ministério, confiando no enchimento do Espírito (At 4.8,31; 7.55; 13.9,52).

A posição pentecostal/carismática de que o batismo com o Espírito é subsequente à salvação se baseia em várias passagens bíblicas nas quais o recebimento do Espírito ocorre após aquela experiência salvadora.

Essas passagens incluem:

(1) Jesus ordenou a seus discípulos, que já eram crentes, que esperassem o Espírito Santo vir sobre eles (Lc 24.48,49; At 1.4,5).

(2) Os samaritanos, que aceitaram a salvação e foram batizados tiveram que esperar pelo batismo com o Espírito (At 8.4-25).

(3) A experiência de Cornélio e sua família demonstra que primeiro vem a fé e o arrependimento, resultando em salvação (At 10.43; 11.18), depois vem o batismo com o Espírito (At 10.44,47).

(4) Os doze discípulos que Paulo encontrou ainda não haviam recebido o Espírito, então ele lhes conferiu o Espírito (At 19.1-7).

A perspectiva tradicional sobre o batismo com o Espírito responde:

(1) as próprias passagens mostram a natureza incomum dos eventos narrados (os samaritanos, em 8.16; os discípulos de João Batista, em 19.2).

(2) Além disso, as passagens associam intimamente o Espírito à salvação e ao batismo.

Principais erros

1. Negligenciar o batismo com o Espírito. Essa omissão vergonhosa, que marcou a igreja em grande parte de sua história, não leva em conta essa experiência que une todos os cristãos ao corpo de Cristo.

2. Atrelar o batismo com o Espírito a um sacramento. Essa posição (característica do catolicismo romano, da ortodoxia oriental e de algumas igrejas protestantes).

Enfraquece as experiências dinâmicas da obra do Espírito que são retratadas na Escritura, tentando restringi-las a uma conexão direta com um sacramento particular (muitas vezes batismo ou confirmação).

3. Exaltar a experiência do batismo com o Espírito após a salvação, gerando um sentimento de superioridade em relação aos que não tiveram essa experiência.

Esse senso de superioridade não pode de forma alguma ser permitido entre os cristãos. Rejeitar pessoas que tiveram essa experiência, julgando que elas não estão salvas ou que estão possuídas por demônios. Esse julgamento infundado é tolo e perigoso.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto

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