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Batismo – Entenda o Que é o Batismo e Sua Relevância

O batismo, um dos dois sacramentos ou ordenanças da igreja, é o rito de iniciação ou celebração de entrada no povo da nova aliança de Deus.

A palavra “batizar” é uma transliteração da palavra grega βαπτίζω (baptizō), imergir ou mergulhar. Jesus ordenou o batismo como um dos dois sacramentos ou ordenanças para sua igreja. Batismo tem vários significados.

Há divergências entre as igrejas em relação a quem deve ser batizado: crianças ou crentes. Há divergências entre as igrejas em relação à maneira correta de batizar: aspersão, efusão ou imersão.

Entendendo a Doutrina do Batismo

O batismo e a ceia do Senhor são os dois sacramentos ou ordenanças que Jesus instituiu para a sua igreja. Na Grande Comissão, Jesus ordenou que sua igreja discipuladora batizasse “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19).

O elemento tangível desse sacramento ou ordenança é a água. Obedecendo a essa ordem, as igrejas historicamente administram o batismo com água, considerando-o uma ação de vários significados: associação com o Deus triúno; identificação com a morte.

O sepultamento e a ressurreição de Cristo; limpeza do pecado; livramento do juízo divino; e um ato que leva à inclusão na igreja.

Há várias divergências fundamentais entre as igrejas em relação a esse rito. Uma delas diz respeito a quem deve ser batizado: o batismo deve ser administrado a crianças (pedobatismo) ou a crentes (credobatismo)?

Uma segunda questão diz respeito ao modo:

O batismo deve ser administrado por aspersão (respingar uma pequena quantidade de água sobre a cabeça de alguém).

Efusão (derramar uma grande quantidade de água sobre a cabeça de alguém) ou imersão (mergulhar uma pessoa completamente na água e trazê-la para fora da água em seguida)?

Essas divergências são o resultado de transformações históricas. As palavras de Jesus a Nicodemos:

“Se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus” (Jo 3.5), tornaram-se a base fundamental para a crença da igreja primitiva na regeneração batismal: por meio da água do batismo, uma pessoa nasce de novo para uma nova vida.

A igreja sustentou que o batismo é necessário para a salvação

Embora o Novo Testamento mostre o batismo sendo administrado a pessoas que ouviram o evangelho e aceitaram a salvação, essa prática gradualmente deu lugar ao batismo infantil.

Tertuliano a criticou, considerando-a uma novidade e argumentando que crianças inocentes não precisam do batismo.

Em vez disso, elas deveriam ser batizadas somente quando se tornassem crentes em Cristo.

Apesar desse protesto, Orígenes explicou a crescente convicção da igreja: o batismo limpa da imundície do pecado original, e todos, inclusive as crianças, precisam da lavagem do batismo.

Aliás, Cipriano se opôs à prática de retardar o batismo infantil até o oitavo dia (observe a ligação com a prática da circuncisão), temendo pelos bebês que morreriam antes de serem batizados.

Agostinho citou Cipriano em sua defesa do batismo infantil, argumentando que, se o batismo traz o perdão dos pecados, e se os bebês nascem com a culpa e a corrupção do pecado original, então, os bebês devem ser batizados logo depois de nascerem.

Por volta do quinto século, o batismo infantil tornou-se a prática oficial da igreja, e continuou assim, sem contestação, por cerca de mil anos.

Os principais reformadores — Martinho Lutero, Ulrico Zuínglio e João Calvino — mantiveram a prática tradicional do batismo infantil, mas o desenvolveram de diferentes maneiras

Lutero vinculou intimamente o batismo com a Palavra de Deus e a fé. Zuínglio desenvolveu a analogia entre a circuncisão na antiga aliança e o batismo infantil na nova aliança.

O apoio bíblico ao batismo de bebês incluía o acolhimento de crianças por parte de Jesus (Lc 18.15-17) e os batismos domésticos (At 16.13-15,25-34).

Assim como Zuínglio, Calvino justificou o batismo infantil recorrendo ao paralelo entre o sinal da circuncisão na antiga aliança e o sinal do batismo na nova aliança.

Batismo nas Águas e Seu Simbolismo

O batismo, que é um símbolo da adoção dos bebês pela igreja e de sua entrada nela, marca-os como santos. Além disso, seus pais veem a misericórdia de Deus sendo estendida aos filhos batizados.

Os anabatistas romperam com essa prática multicentenária do batismo infantil: somente pessoas que pudessem se arrepender e crer conscientemente em Cristo deveriam ser batizadas.

Eles apontaram para o padrão bíblico do batismo após a fé no evangelho. Além disso, Cristo ordenou à sua igreja que batizasse os discípulos, não as crianças.

Seguindo a tradição anabatista, os batistas condenaram o batismo infantil e enfatizaram o batismo dos crentes.

Apesar dessas importantes diferenças, a igreja de Jesus Cristo pratica o batismo como o rito ou a celebração inicial da fé cristã, um traço em comum que une a igreja.

Base bíblica para o Batismo

O batismo de Jesus foi no início de seu ministério. O pano de fundo para essa prática era o batismo judaico dos prosélitos ou os rituais judaicos de purificação, ambos envolvendo imersão em água.

Além disso, o precursor de Jesus foi chamado de João Batista, já que ele se engajou em um ministério de batismo enquanto. Em antecipação da vinda do Messias, chamava as pessoas ao arrependimento (Mt 3.1-12; Mc 1.4-8; Lc 3.1-17 Jo 1.24-28; 3.23).

Foi João que batizou Jesus, um ato adequado para cumprir toda a justiça: “Quando Jesus foi batizado, saiu imediatamente da água, e vede, os céus estavam abertos para ele, e ele viu o Espírito de Deus descer como uma pomba, vindo pousar nele.

E uma voz do céu disse: Este é o meu Filho amado, com quem estou satisfeito” (Mt 3.13-17). Por sua vez, Jesus também batizou pessoas (Jo 4.1,2).

Depois de sua ressurreição, Jesus deu aos seus discípulos a Grande Comissão, em que um dos elementos-chave é o batismo de novos discípulos em nome do Deus triúno (Mt 28.18-20).

As páginas do livro de Atos estão repletas de histórias de batismo

No final de sua mensagem, no Dia de Pentecostes, Pedro exortou seus ouvintes: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão de vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (At 2.38).

Em obediência a essa exortação, três mil pessoas se arrependeram, creram em Cristo e foram batizadas (v. 41).

Esse padrão é repetido em narrativas subsequentes: os samaritanos “creram em Filipe, que lhes pregava boas novas sobre o reino de Deus e o nome de Jesus, e deixaram-se batizar tanto homens quanto mulheres” (At 8.12).

O eunuco etíope “mandou parar a carruagem e desceram ambos à água, tanto Filipe quanto o eunuco, e Filipe o batizou” (At 8.36,38).

Saulo (At 9.18; 22.16), Cornélio e sua família (At 10.47,48; 11.16,17), Lídia e sua família (At 16.15), um carcereiro e sua família (At 16.33)

Um grande número de coríntios (At 18.8) e uma dúzia de discípulos de João Batista (At 19.3-7) foram batizados e se tornaram seguidores de Cristo.

A significância do batismo também é apresentada em outras partes do Novo Testamento

O batismo associa pessoas ao Deus triúno (Mt 28.18-20), refletindo vividamente a identificação do crente com a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo (Rm 6.1-11; cf. Cl 2.12).

O ato do batismo corresponde à salvação de Noé e sua família na arca quando escaparam das águas do juízo divino (1Pe 3.20,21), refletindo a purificação do pecado (At 22.16).

Além disso, o batismo é um ato de obediência, realizado publicamente por uma igreja local (não existe autobatismo), à qual a pessoa recém-batizada é incorporada (At 2.38-47).

Principais erros

1. O batismo é efetivo ex opere operato (lit., “pelo trabalho realizado”): simplesmente aplicando água, a pessoa que está sendo batizada é salva.

Essa é a maneira como as pessoas geralmente entendem a posição católica, inclusive alguns dos fiéis católicos.

Em sua forma radical, essa concepção dissocia o batismo do evangelho, da igreja, da fé e da obra de Deus.

Mesmo muitos católicos rejeitariam essa ideia mágica do batismo, defendendo, em vez disso, que o batismo, assim como os outros sacramentos, não funciona de maneira mecânica, independentemente do poder divino.

2. Como o batismo não é necessário para a salvação, ele não tem importância. Muitos evangélicos contemporâneos adotam essa ideia.

Essa posição contradiz a Grande Comissão de Jesus, que ordena que a igreja batize os novos discípulos (Mt 28.19), assim como fez a igreja primitiva no Pentecostes (At 2.38,41).

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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