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O Milênio

O milênio pode ser outro nome para a atual era da igreja ou um período futuro relacionado com a segunda vinda de Jesus Cristo. “Milênio” vem do latim mille, “mil”, e annum, “ano”.

O “milênio” é expresso como “mil anos” em Apocalipse 20.1-6. A natureza do milênio e sua relação com a volta de Cristo e a tribulação são objeto de controvérsia. Existem quatro concepções principais.

O amilenarismo identifica o milênio com a atual era da igreja. O pós-milenarismo considera o milênio uma era de ouro, após a qual Cristo retornará.

O pré-milenarismo histórico situa a volta de Cristo antes do milênio, que é um reinado de Cristo na terra durante mil anos. Além disso, a volta de Cristo ocorre após a grande tribulação.

O pré-milenarismo pré-tribulacionista ou dispensacionalista situa a volta de Cristo antes do milênio como um reinado de Cristo na terra durante mil anos. Além disso, o arrebatamento da igreja ocorre antes da grande tribulação.

Entendendo a Doutrina do Milênio

Segundo Gregg R. Allison em relação à escatologia, ou doutrina das últimas coisas, a igreja, historicamente, concorda sobre a volta de Cristo, a ressurreição, o juízo final, a vida eterna para os justos e a morte eterna para os injustos, e o novo céu e a nova terra.

No entanto, as divergências surgem quando se trata da relação entre a volta de Cristo e dois outros temas escatológicos: a grande tribulação e o milênio.

A palavra “milênio” vem do latim mille, “mil”, e annum, “ano”; portanto, literalmente, mil anos. É mencionada em Apocalipse 20.1-6 (grifo do autor): Então eu vi um anjo descer do céu com a chave do abismo sem fim e uma grande corrente na mão.

Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e o amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, fechou-o e pôs um selo sobre ele, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se findassem.

Depois disso, é necessário que seja solto por um pequeno período. Então, vi tronos, e assentados estavam aqueles a quem foi dado o poder de julgar.

Também vi as almas dos que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e os que não adoraram a Besta nem a sua imagem, nem receberam o sinal da Besta na testa nem nas mãos.

Eles reviveram e reinaram com Cristo durante mil anos. O restante dos mortos não reviveu até que se completassem os mil anos. Essa é a primeira ressurreição.

Bem-aventurado e santo é o que participa da primeira ressurreição! A segunda morte não tem poder sobre eles, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, reinando com ele durante os mil anos.

A volta de Cristo foi o tópico do último capítulo

A grande tribulação é o período global de intenso sofrimento associado à volta de Cristo. Portanto, essa doutrina diz respeito à natureza do milênio e sua relação com a volta de Cristo e a grande tribulação.

Existem quatro concepções principais

O amilenarismo é a posição de que não existe (por isso, a-) milênio, ou seja, nenhum período futuro de mil anos em que Cristo reinará na terra.

Em vez disso, essa posição identifica o milênio com a atual era da igreja. No final desta era atual, Cristo voltará e derrotará Satanás, dando início ao juízo final, à ressurreição e ao novo céu e nova terra.

O pós-milenarismo é a tese de que a volta de Cristo ocorrerá depois (por isso, pós-) do milênio, que será uma era de paz e prosperidade na terra.

O impacto do evangelho será poderoso e muito extenso, com grande parte da população mundial tornando-se cristã. Como resultado, o mundo será cristianizado ou dominado por princípios cristãos.

Embora não seja um período literal de mil anos, o milênio será uma era de retidão, harmonia e progresso. Depois disso, Cristo voltará, executará o juízo final e a ressurreição e estabelecerá o novo céu e a nova terra.

O pré-milenarismo histórico é a posição de que a volta de Cristo ocorrerá antes (por isso, pré-) do milênio, que é um reino (literal) de mil anos de Cristo na terra.

Antes da volta de Cristo, a grande tribulação ocorrerá na terra, sendo que a igreja experimentará, pelo menos em parte, esse período de sete anos de intenso sofrimento.

Assim, a volta de Cristo ocorrerá depois da tribulação (pós-tribulacional) e antes do milênio (pré-milenar).

O pré-milenarismo pré-tribulacionista ou dispensacionalista é a posição de que a volta de Cristo ocorrerá antes (por isso, pré-) do milênio, que é um reinado (literal) de mil anos de Cristo na terra.

Antes da volta de Cristo, acontecerá a grande tribulação na terra, mas Cristo arrebatará ou removerá a igreja para que não passe por esse período de sete anos de intenso sofrimento.

Assim, o arrebatamento acontecerá antes da tribulação (pré- tribulacional), e a volta de Cristo será antes do milênio (pré-milenar). Por causa de sua associação com o dispensacionalismo, essa posição também é chamada de pré-milenarismo dispensacionalista.

Base Bíblica Para o Milênio

Gregg R. Allison diz que cada uma dessas quatro posições interpreta a passagem de Apocalipse 20.1-6 de forma diferente e, portanto, usa essa passagem como suporte.

O amilenarismo adota uma abordagem não literal: o agrilhoamento de Satanás é a atual restrição que Deus lhe impõe, permitindo que o evangelho progrida em todos os lugares.

Os santos que governam são cristãos que morreram e agora estão com Cristo no céu. Sua primeira ressurreição é uma realidade espiritual (eles se tornam cristãos), enquanto a segunda ressurreição será uma realidade física.

No final desta era atual, Cristo derrotará um Satanás que foi solto. Portanto, o milênio é a atual era da igreja.

O pós-milenarismo também interpreta Apocalipse 20.1-6 de forma não literal

O milênio não é a atual era da igreja, nem é um período futuro em que Cristo reinará na terra. Em vez disso, será uma época de ouro que emerge do período atual, à medida que o evangelho exerce seu poderoso impacto.

O agrilhoamento de Satanás abre caminho para a expansão do evangelho em todo o mundo. Várias parábolas de Jesus retratam o desenvolvimento gradual do reino de Deus.

Ele é como um grão de mostarda, “a menor das sementes”, que, à medida que cresce, “torna-se uma árvore, de modo que as aves do céu vêm e se aninham nos seus ramos” (Mt 13.31,32).

Semelhantemente, ele é como o “fermento que uma mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo fermentado” (Mt 13.33).

Essas parábolas enfatizam o crescimento gradual do evangelho até causar impacto no mundo inteiro. Assim, o milênio é essa futura era de paz e prosperidade, após a qual Cristo retornará.

As duas versões de pré-milenarismo interpretam Apocalipse 20.1-6 literalmente

O milênio será precedido pela grande tribulação, que começará com o aparecimento da “abominação assoladora”, também chamada de “o homem da iniquidade” (Mt 24.15; 2Ts 2.3,4), que causará devastação.

Esse período de assolação sem precedentes, que parece se estender por sete anos (Dn 9.27), será marcado por um ataque satânico nunca antes visto, maldade humana sem paralelo e furiosa ira divina (Ap 6—19).

Depois que essa grande tribulação castigar a terra, Cristo voltará para governar (enquanto Satanás ficará amarrado) por mil anos

Ao final desse tempo, Satanás será solto e depois derrotado em seu esforço fútil de se opor a Cristo (Ap 20).

As duas versões de pré-milenarismo diferem em um ponto-chave: o pré- milenarismo histórico acredita que a igreja passará pela grande tribulação, sofrendo seus horrores pelo menos em parte.

Esse sofrimento está de acordo com o esperado sofrimento da igreja (Fp 1.29; At 14.22; 1Ts 3.3,4; 2Tm 3.12). O pré-milenarismo pré-tribulacionista sustenta que a igreja será removida da terra antes do início da grande tribulação.

Descreve-se essa remoção como um “arrebatamento” dos cristãos, que são levados com Cristo nos ares e o acompanham de volta ao céu (1Ts 4.13-18).

Essa fuga da tribulação divina foi prometida à igreja, que Jesus “livra da ira vindoura” (1Ts 1.10; 5.9). Aliás, a igreja será guardada “da hora da provação que virá sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os que habitam sobre a terra” (Ap3.10).

Como o alvo são os incrédulos, não há propósito para a tribulação em relação à igreja, que, por isso, escapa do tormento.

O pré-milenarismo frequentemente recorre ao apoio de outras passagens bíblicas. Por exemplo, a profecia de Isaías sobre “novos céus e nova terra” contém expressões que não se enquadram facilmente em um estado eterno:

“Não mais haverá [em Jerusalém] criança que viva poucos dias, nem velho que não complete os seus, pois o jovem morrerá aos cem anos e aos cem anos será amaldiçoado o pecador” (Is 65.17,20).

O pré-milenarismo interpreta essa descrição como uma referência ao reinado de Cristo na terra por mil anos, em que ainda existe a morte.

Além disso, essa corrente de pensamento acredita que as promessas divinas de uma futura restauração do povo de Israel na Terra Prometida serão cumpridas nesse período milenar.

E será durante esse tempo que a promessa que Cristo fez aos discípulos ao instituir a ceia do Senhor — “Mas digo-vos que desde agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que beberei o vinho novo convosco, no reino de meu Pai” — será cumprida (Mt 26.29).

Principais Erros Sobre o Juízo Final

1. Falar de forma dogmática, aparentando saber muito sobre a natureza do milênio. Por exemplo, na igreja primitiva, alguns líderes escreveram descrições elaboradas do milênio, que eram apenas fruto de suas mentes férteis.

A ênfase especulativa na produtividade opulenta dessa existência terrena estragou a pregação de outros líderes no pré-milenarismo. Eles tiveram dificuldade em conciliar essas bênçãos materiais com o foco do Novo Testamento nas bênçãos espirituais.

Essas ideias fantasiosas se esquecem de que a Bíblia fala muito pouco sobre o assunto, e a especulação não ajuda em nada.

2. Uma confiança exagerada na capacidade de penetração do evangelho a ponto de achar que o mundo todo será cristianizado.

Essa posição não reconhece o fato de que o pecado humano sistêmico, assim como a maldade satânica, estão completamente entranhados e arraigados no mundo. Além disso, beira uma escatologia super-realizada, que está em desacordo com a cosmovisão bíblica.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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