Siga-nos

O Novo Céu e a Nova Terra

O estado final e eterno do Universo é o novo céu e a nova terra. Resulta da renovação da decaída criação atual, para a glória de Deus.

O céu e a terra originais, como Deus os criou, eram muito bons. Por causa da queda humana no pecado, Deus amaldiçoou a criação, de modo que ela também foi arruinada.

O futuro da criação está ligado ao futuro da humanidade redimida. Acontecerá uma renovação total de toda a criação, e essa é a esperança para a qual tudo existe.

Isso pode envolver a destruição do cosmo atual, seguida de sua renovação. Não se sabe quando essa renovação ocorrerá. Deus criou tudo para a sua glória, e o novo céu e a nova terra exibirão perfeitamente essa glória.

Entendendo a Doutrina Do Novo Céu e a Nova Terra

“No princípio, Deus criou os céus e a terra” (Gn 1.1). Cada elemento dessa criação original, formada segundo o projeto divino, era “muito bom” (Gn 1.31).

Ela era fértil, exuberante, bela e estava em harmonia com os primeiros seres humanos, a quem foi dada a responsabilidade de trabalhar nela e mantê-la (Gn 2.8,9,15).

Redundava perfeitamente em glória para Deus. Infelizmente, Adão e Eva se rebelaram contra Deus. Como castigo por sua queda no pecado, Deus amaldiçoou a criação: ela não seria mais um lugar hospitaleiro onde eles habitariam, e sua fecundidade seria gravemente comprometida (Gn 3.17-19,23,24).

Desde aquele momento trágico até hoje, a criação não é o que deveria ser. E anseia por renovação.

Embora a criação não tivesse se tornado inútil voluntariamente, Deus a tornou improdutiva em consequência da pecaminosidade humana.

O futuro da criação está intimamente ligado à salvação final da humanidade pecadora. Quando o povo redimido de Deus for totalmente libertado do pecado e da corrupção, a criação também será restaurada à sua condição primitiva.

Será mais uma vez frutífera, luxuriante, bela e em harmonia com os seres humanos. Mais uma vez redundará imaculadamente em glória para Deus.

Essa renovação do céu e da terra é a suprema esperança de tudo o que existe. Segundo um dos pontos de vista a respeito do assunto, essa consumação será o mesmo cosmo que existe hoje, mas transformado por meio de purgação e purificação.

Já segundo outro ponto de vista, esse novo universo surgirá após a destruição total do céu e da terra atuais.

Seja como for, o estado eterno do novo céu e da nova terra é a suprema esperança e bênção futura, para a glória de Deus.

Base Bíblica Para o Novo Céu e Nova Terra

Gregg R. Allison diz que para contrabalançar a devastação da criação por causa do pecado, o Antigo Testamento apresenta uma esperança de que Deus fará algo novo: ele renovará seu povo.

Ele estabelecerá uma nova aliança, prometendo: “Pois crio novos céus e nova terra, e as coisas passadas não serão lembradas nem virão à mente” (Is 65.17).

A promessa está centrada na renovação da existência humana, que fica livre do choro, da morte, do trabalho improdutivo e da dor de parto (Is 65.18-24) — uma revogação das maldições originais (Gn 3.14-19).

Contudo, há também uma reviravolta para a criação física: “O lobo e o cordeiro pastarão juntos; o leão comerá feno como o boi, e pó será a comida da serpente.

Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte” (Is 65.25). Essa esperança também é uma revogação da maldição que Deus estabeleceu (Gn 3.17-19).

Paulo fala sobre a maldição que está sobre a criação (Rm 8.18-25)

Embora discuta sobretudo a salvação final dos seres humanos, ele faz uma analogia entre o anseio atual da criação de se libertar da corrupção e o desejo atual da humanidade redimida de se libertar do pecado e do sofrimento.

Paulo ressalta que não foi a criação que pecou e mereceu o julgamento divino. Em vez disso, refletindo sobre Gênesis 3.17-19, ele explica que a criação foi sujeita à maldição divina como uma punição pelo pecado humano.

Assim, a redenção da criação está intimamente ligada à redenção dos seres humanos pecadores: quando eles forem totalmente redimidos, a criação será totalmente renovada.

Como essa renovação da criação ocorrerá é alvo de um debate secundário

Baseados na passagem de 2Pedro 3.7-13, alguns acreditam que esse Universo atual será completamente destruído pelo fogo, e depois substituído por um novo cosmo.

Pedro diz que os céus e a terra têm sido “guardados para o fogo”, de modo que “os céus passarão com um bramido, e os corpos celestes, em fogo, derreterão; a terra e as obras que nela há serão expostas”.

Se “os céus serão incendiados e dissolvidos, e os corpos celestes, em fogo, derreterão”, a expectativa é de aniquilação do Universo atual. Assim, uma destruição ardente de tudo o que existe será seguida por novo céu e nova terra.

Tomando por base a passagem de Salmos 102.25-27, outros sustentam que Deus alterará ou transformará o Universo existente, em vez de destruí-lo e substituí-lo por um novo.

Além disso, a passagem de 2Pedro 3.7-10 faz um paralelo entre o futuro julgamento pelo fogo e o antigo julgamento pela água, quando Deus enviou o Dilúvio.

O juízo pela água não aniquilou o mundo existente. Da mesma forma, o juízo pelo fogo não destruirá totalmente o que existe agora. Na verdade, a expectativa não é de outro céu e outra terra, mas de um novo céu e uma nova terra.

Quando essa renovação da criação vai ocorrer também é objeto de um debate secundário. Tanto o amilenarismo quanto o pós-milenarismo sustentam que, após a volta de Cristo, a ressurreição e o juízo final, o estado eterno começará.

Ou seja, não haverá milênio entre a volta de Cristo e o novo céu e a nova terra. O pré-milenarismo, em suas variedades histórica e dispensacionalista, sustenta que Cristo retornará à terra e estabelecerá seu reino por mil anos.

Depois desse milênio, o estado eterno será estabelecido. Não importa como nem quando, o certo é que um dia o estado atual da criação amaldiçoada será transformado em novo céu e nova terra por meio da renovação de tudo o que existe (Ap 21.1).

O povo de Deus receberá a salvação final. Deus residirá novamente no meio de seu povo. Sua glória será resplandecente. É importante ressaltar que o novo céu e a nova terra serão um lugar físico, um novo local, onde Deus e seu povo habitarão para sempre.

Principais erros sobre o novo céu e a nova terra

1. Espiritualizar o novo céu e nova terra, minimizando ou negando sua materialidade. Essa visão gnóstica rejeita a bondade do mundo físico atual e projeta essa rejeição nos futuros céu e terra.

Mas o gnosticismo é contestado pelo fato de que Deus criou um mundo físico bom. Assim, a recriação do céu e da terra será condizente com seu projeto e obra originais.

2. Adotar a cosmovisão secular predominante, segundo a qual a suprema esperança deste mundo é que ele avance para uma forma mais evoluída.

A cosmovisão bíblica é totalmente oposta à cosmovisão naturalista, que geralmente está associada à evolução (veja cap. 12).

A verdadeira esperança suprema é que Deus, agindo com justiça, ponha um fim a este mundo arruinado e o renove por sua graça.

3. Adotar a ideia, muito comum entre os cristãos, de que a maior esperança dos crentes é morrer e ir para junto de Jesus Cristo no céu.

Parte dessa confusão se deve ao fato de que os credos ecumênicos e os credos das principais confissões de fé protestantes não encerram com uma declaração de fé no novo céu e na nova terra.

As igrejas precisam corrigir essa omissão e mostrar que a suprema esperança cristã é o estado eterno.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *