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Sermão do Monte: Equilíbrio e perfeição – O Perigo de Julgar os Outros: Mateus 7.1-5

Nós, seres humanos, demonstramos uma enorme capacidade de autoengano. Por exemplo, adulteramos a justiça, tornando-a justiça própria — uma arrogância de superioridade moral — e transformamos a perfeição em nossa reputação perfeita.

Mas realizamos essa adulteração com tanta habilidade que, na melhor das hipóteses, temos apenas vaga consciência da monstruosidade que forjamos. Jesus já havia falado com veemência contra todo esse arremedo de religião (Mt 6.1-18), preenchendo a advertência com exigências que levam ao autoexame e exigem a adesão sincera às perspectivas do reino (Mt 6.19-34).

Antes de encerrar o Sermão do Monte e esclarecer as alternativas que os homens devem enfrentar (Mt 7.13-27), Jesus adverte contra outros três perigos. Os dois primeiros são imperativos negativos: não devemos julgar (7.1-5) e, no entanto, não devemos agir sem discernimento (7.6).

O terceiro é um imperativo afirmativo: devemos persistir em nossa busca de Deus, tendo a mesma atitude de confiança que uma criança tem em relação a seus pais (7.7-11). Observando atentamente essas três advertências, vamos descobrir como elas se desenvolvem até chegar à regra de ouro (7.12).

O perigo de julgar os outros Mateus 7.1-5

O princípio (7.1). É fácil perceber quanto a tentação de julgar os outros é poderosa e perigosa. O desafio de ser santo foi levado a sério, e um bom grau de disciplina, serviço e obediência formal foram conquistados meticulosamente. Agora, eu imagino, posso me dar ao luxo de olhar de cima para meus colegas e pares menos disciplinados.

Ou talvez tenha recebido uma medida generosa da graça de Deus, mas, por algum motivo, interpretei mal e acho que eu conquistei essa graça.

Por causa disso, talvez eu olhe com superioridade para aqueles cuja visão, na minha opinião, não é tão ampla quanto a minha; cuja fé não é tão firme; cujo entendimento das verdades profundas de Deus não é tão magistral; cuja folha de serviços não é tão impressionante (pelo menos aos olhos dos homens); cujo empenho não foi tão considerável.

Essas pessoas são pequenas aos meus olhos; considero o valor dessas pessoas inferior ao meu. A atitude crítica e recriminatória pode tornar-se tão venenosa que pessoas cuja estatura espiritual, integridade e prestatividade são muito superiores às minhas de alguma forma elas aparecem como pigmeus espirituais e indigentes intelectuais quando termino minha avaliação.

Talvez uma pequena falha ou incoerência na vida delas lhes diminua a estatura moral, na minha opinião. Se em Mateus 6 o amor ao dinheiro e a ansiedade que brota da falta de confiança arruínam o caráter cristão, em Mateus 7 acontece a mesma coisa com esse tipo de zelo injurioso.

Tudo isso, claro, é uma forma de hipocrisia grosseira (veja 7.5), a segunda das três formas que mencionei anteriormente (veja p. 63). Para que os desafios e os padrões impecáveis do Sermão do Monte não gerem pecado tão feio, Jesus adverte: “Não julguem, para que não sejam julgados” (7.1).

É importante, no entanto, analisarmos primeiro o que esse texto não diz

Certamente ele não ordena que os filhos de Deus, os discípulos de Jesus, sejam pessoas sem opinião nem discernimento, que nunca, em nenhuma circunstância, emitem opinião alguma sobre certo e errado. Devemos ficar calados diante dos erros de um Hitler, um Stalin, um Nixon?

Diante do adultério, da exploração econômica, da preguiça, da fraude? O próprio Novo Testamento exclui uma interpretação tão estúpida. Alguns versículos depois, o próprio Senhor Jesus se refere a determinadas pessoas como porcos e cães (7.6) — algum tipo de julgamento negativo certamente ocorreu!

Um pouco mais adiante, Jesus adverte: “Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de pele de ovelha, mas por dentro são lobos devoradores” (7.15).

Com essas palavras, Jesus não só rotula determinados mestres com os epítetos mais condenatórios, mas também exige que seus seguidores reconheçam esses mestres pelo que são; e isso certamente exige o uso de habilidades para distinguir.

Em outra passagem, o apóstolo Paulo está preparado para entregar a Satanás certo homem promíscuo (1Co 5.5), exigindo que sua igreja local o discipline.

Essa disciplina requer julgamento

Em Gálatas 1.8,9, Paulo lança um anátema sobre todos os que pregam alguma versão do evangelho que não seja o verdadeiro evangelho, que o próprio Paulo proclama. Em Filipenses 3.2, ele emprega palavras fortes para alertar seus leitores contra alguns falsos mestres:

“Cuidado com os cães, cuidado com esses que praticam o mal, cuidado com a falsa circuncisão!”. E são palavras brandas em comparação com as de Gálatas 5.12. João também exige algum tipo de julgamento quando escreve:

“Amados, não creiam em qualquer espírito, mas examinem os espíritos para ver se eles procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo” (1Jo 4.1).

Além disso, quando uma multidão faz mau juízo de Jesus porque seu ministério de cura estende-se ao sábado, ele não proíbe todo julgamento, mas responde: “Não julguem apenas pela aparência, mas façam julgamentos justos” (Jo 7.24).

O que Jesus quer dizer, então, com seu imperativo em Mateus 7.1: “Não julguem, para que não sejam julgados”?

Grande parte dessa confusão é esclarecida quando se entende o campo semântico da palavra grega traduzida por “julgar”. “Julgar” pode significar discernir, julgar judicialmente, ser crítico, condenar (judicialmente ou não). O contexto deve determinar o matiz preciso de significado.

O contexto aqui indica que o versículo significa: “Não seja julgador”. Não adote um espírito crítico, atitude condenatória. O mesmo verbo é encontrado duas vezes em Romanos 14.10ss. com significado idêntico: “Você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus.

Porque está escrito: ‘Por mim mesmo jurei’, diz o Senhor, ‘diante de mim todo joelho se dobrará e toda língua confessará a Deus’. Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.

Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não pôr pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão”. O próprio Jesus ordena: “Não julguem”.

Esse aspecto da personalidade não é fácil de resolver

Por um lado, algumas pessoas são tão críticas que têm prazer em ridicularizar o pregador no almoço de domingo; e alguns pregadores são tão críticos que descarregam a metralhadora verbal na maioria dos colegas, especialmente os que dão mais fruto que eles.

Por outro, os discípulos de Jesus devem reconhecer que alguns pregadores são falsos por causa do seu fruto (7.16) e não devem dar ouvidos a eles. O pregador que atribui a todos os seus pares precisamente a mesma graça e o mesmo entendimento está muito abaixo das atitudes de bom senso e discernimento de Paulo.

O problema é que a responsabilidade que todo cristão tem de discernir, uma vez concedida, é rapidamente desvirtuada em justificativa para criticar. O indivíduo excessivamente crítico se sente completamente à vontade com todas as passagens que nos incentivam a detectar os falsos profetas por seus frutos.

“Não estou sendo julgador”, ele protesta, “sou apenas um fiscalizador de frutos”

Mas ele se condena pela própria boca: tornou-se um fiscalizador de frutos, assumiu para si uma função especial. Basicamente, o que está em jogo aqui, na minha opinião, é a postura.

Isso se depreende claramente daquele tipo especial de espírito crítico encontrado na fofoca. Nem sempre o que o fofoqueiro diz é mentira mal- intencionada; pode até ser algo estritamente verdadeiro.

Mas o que sempre acontece é que ele diz isso com má intenção; ou seja, fala sem nenhum intuito construtivo, sem preocupação verdadeira alguma de incutir discernimento. Ele quer apenas se engrandecer ou ser ouvido, ou enaltecer sua própria reputação, ou rebaixar a pessoa de quem está falando.

Se a atitude de um cristão for correta, a Palavra de Deus prevê que ele confronte seu irmão, mostrando-lhe o erro (veja Mt 18.15ss.). De fato, os líderes espirituais não ignoram o pecado flagrante de um de seus irmãos em Cristo, mas procuram restaurá-lo — amorosamente e conscientes de sua própria fraqueza (Gl 6.1).

“Não julguem”, diz Jesus, e acrescenta em seguida: “para que não sejam julgados” (7.1). A última frase talvez possa ser interpretada como a primeira: se você é julgador, outros serão julgadores em relação a você.

Outra interpretação, dependendo da ambiguidade do verbo grego, pode ser: não seja julgador, senão você será condenado (seja por Deus, seja pelos outros). De qualquer forma, a frase torna a ordem ainda mais incisiva e apresenta a justificativa teológica para abolir todas as atitudes de crítica.

A justificativa teológica (7.2)

“Porque do mesmo modo que vocês julgam os outros vocês serão julgados; e a mesma medida que vocês usam também será usada para medir vocês” (7.2). Em tese é possível compreender essas falas de mais de uma maneira, assim como as de 7.1b.

Elas podem significar que a medida que usamos para medir os outros será a mesma que os outros usarão para nos medir; a pessoa crítica atrai muitas críticas. Outra hipótese é que o versículo 2 pode significar que a medida que usamos para medir os outros será a mesma que Deus usará para nos medir.

Acredito que a segunda interpretação é a pretendida. Nesse caso, a ambiguidade em 7.1b deve ser interpretada da mesma forma.

A ideia desses dois versículos não é que devemos ser moderados em nosso julgamento a fim de que outros sejam moderados para conosco, mas, sim, que devemos abolir as atitudes de julgamento para que nós mesmos não sejamos terminantemente condenados diante de Deus.

A atitude sentenciosa nos exclui do perdão de Deus, pois denuncia um espírito que não foi quebrantado. A ideia é semelhante à de 5.7 e 6.14,15: “Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia […] Porque, se vocês perdoarem aos homens as ofensas contra vocês, o Pai celestial também perdoará vocês.

Se, porém, vocês não perdoarem aos homens as ofensas deles, tampouco o seu Pai lhes perdoará os pecados”. Porque do mesmo modo que vocês julgam os outros vocês serão julgados.

Alguns rabinos diziam que Deus tem duas medidas com que avalia as pessoas, a medida da justiça e a medida da misericórdia. É possível que em 7.2 Jesus esteja usando essa crença para esclarecer sua afirmação — dessas duas medidas, a que usarmos também será aplicada a nós.

Suponhamos, por exemplo, que encontremos um mentiroso desprezível. O que pensamos dele?

Se o medirmos apenas pela justiça, seremos muito críticos e condenadores. Mas esse critério será usado conosco: até que ponto somos verdadeiros? Com que frequência inventamos dados e histórias para nos beneficiar ou ganhar uma discussão? Quem sabe apliquemos o padrão de justiça ao adúltero ou à prostituta.

Como nos sairemos quando o mesmo padrão for aplicado a nós, sobretudo diante de Mateus 5.27-30? Ou, ainda, talvez apliquemos o padrão de justiça de Deus aos ricos que exploram os pobres com práticas injustas e pela ganância.

Mas quantas vezes temos sido gananciosos?

Quantas vezes diminuímos o valor de outras pessoas por dinheiro (até no trabalho, por exemplo)? Queremos mesmo que o padrão da justiça de Deus seja aplicado a nós da mesma forma que o aplicamos aos outros?

Como já vimos, isso não significa que o discípulo de Jesus nunca deve falar contra pecado algum, exercendo uma espécie de misericórdia insípida e negligente. O padrão de justiça de Deus jamais deixará de existir. Esses versículos atacam atitudes de julgamento, mas não negam que pecados reais podem estar presentes.

No exemplo que vem a seguir (7.3-5), o cisco de serragem no olho do paciente precisa de fato ser removido, ainda que a operação não deva ser realizada por um cirurgião que está com uma viga no próprio olho.

Além disso, essa passagem não insinua que podemos ganhar a misericórdia de Deus se praticarmos um pouco de misericórdia para com os outros. Misericórdia, por definição, não pode ser conquistada por mérito.

Mas podemos nos excluir da misericórdia por uma altivez e arrogância, constantes, por uma atitude que reflete o oposto da verdadeira pobreza em espírito. Com efeito, Deus exerce tanto justiça quanto misericórdia, mesmo para com seu próprio povo (sobre isso, falarei mais no início do próximo capítulo).

Portanto, o povo de Deus deve refletir o caráter dele, vivendo com justiça e demonstrando misericórdia. E, por terem consciência de suas próprias falhas e rebeldia, esse povo não pode deixar de ser profundamente grato pela misericórdia que recebe, mesmo em meio à luta pela perfeição e exaltação da santidade.

Essa perspectiva equilibrada nos protege tanto do espírito sentencioso quanto da apatia moral.

Talvez deva dizer de passagem que alguns vêm uma ligação entre 7.1,2 e a “Regra Áurea” de 7.12. Para tais intérpretes, essa é uma forte prova de que 7.2 diz respeito a como os outros nos julgarão, não com o modo que Deus nos julgará.

Eles entendem que 7.1,2 significa que um forte motivo por que não devemos ser julgadores em relação aos outros é que, consequentemente, os outros não nos julgarão. Eles alegam que esse é um aspecto da “Regra Áurea”.

Por razões que já apresentei, creio que essa interpretação não compreende o sentido de 7.1,2, mas me apresso em acrescentar que ela também não entende a “Regra Áurea” (7.12).

Essa regra nos manda fazer aos outros o que queremos que eles nos façam; não diz para fazer coisas boas para os outros a fim de que eles façam coisas boas para nós.

Fazer aos outros o que queremos que eles nos façam estabelece um código para a nossa própria conduta; e não um motivo para essa conduta. A razão é dada na afirmação seguinte: essa conduta resume a Lei e os Profetas.

Um exemplo (7.3-5)

“Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está no seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita! Tire primeiro a viga do seu olho e então você enxergará claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão” (7.3-5).

Não devemos permitir que essa ilustração tão pitoresca perca sua força por causa de nossa familiaridade com ela, muito menos porque ela está no campo da oftalmologia.

O problema descrito nesse breve enredo ocorre com tanta frequência e tão pateticamente nos círculos de cristãos professos que o contraste entre um cisco e uma viga não é nem um pouco exagerado.

O exemplo mais óbvio na Bíblia, suponho, encontra-se em 2Samuel 12.1-7

O rei Davi rouba a esposa de outro homem. Apesar de seu grande harém, o rei cobiça essa mulher em especial; ele a seduz, e depois descobre que ela engravidou dele. O marido está ausente, encontra-se na frente de batalha (lutando as guerras do rei), e então David providencia que ele seja morto.

O rei agora é culpado de adultério e assassinato. O profeta Natã entra na corte real. Contudo, em vez de confrontar seu monarca diretamente, ele conta uma parábola, uma breve história sobre um pobre fazendeiro cuja única ovelhinha fora roubada por um vizinho rico e poderoso, dono de um grande rebanho.

Davi fica indignado. Talvez parte de sua ira venha de sua própria culpa reprimida. Furioso e sem perceber nenhum traço de ironia, ele pergunta quem é esse perverso fazendeiro. Natã responde: “Esse homem é você!”.

Por algum motivo, o rei Davi, incrivelmente cego, não tinha percebido a viga em seu próprio olho, enquanto ardia de raiva pelo cisco no olho do fazendeiro rico.

É muito fácil ter a mesma conduta de Davi, de uma forma ou de outra

Às vezes fazemos isso ressaltando certos pecados públicos que outros são propensos a cometer e denunciando com prazer esses pecados, ao mesmo tempo que demonstramos uma perturbadora ignorância em relação aos pecados que cometemos. Os críticos doutrinários muitas vezes são os piores nessa categoria.

O crítico doutrinário pode concordar que outra pessoa é sua irmã em Cristo, tem sido consideravelmente usada pelo Senhor, é ponderada e sincera em sua submissão às Escrituras.

Porém, como o crítico se concentra na única área de doutrina em que os dois estão em desacordo, essa outra pessoa pode ser pintada publicamente em tons de cinza e preto.

Enquanto esse crítico está ocupado “defendendo a verdade”, ele se esquece de que os cristãos devem demonstrar amor visível (Jo 13.34,35; 17.20-23). Não estou minimizando a importância da verdade nem negando que haja limites para a comunhão.

Estou dizendo duas coisas

Em primeiro lugar, os crentes genuínos têm mais em comum do que reconhecem, quando, com mentalidade sectária, concentram atenção e energia nas diferenças, em grande parte para reforçar o que interpretam como sua própria razão de ser.

Se eu reconheço sinceramente como irmãos cristãos apenas aqueles que enxergam as coisas exatamente como eu, jamais vou reconhecer ninguém, exceto, talvez, um punhado de seguidores sem firmeza de opinião.

Em segundo lugar, nunca devemos perder de vista a ênfase de Mateus 7.1-5 nas atitudes. Os cristãos discordam honestamente em certos pontos doutrinários, mas as disputas acaloradas não ajudam ninguém.

As diferenças devem ser discutidas com calma e serenidade, com submissão sincera à Palavra de Deus e repúdio a argumentos que, constantemente e sem motivo, atribuem motivações indignas aos irmãos que defendem posição contrária.

Quem sabe?

Talvez uma discussão franca e uma análise humilde das Escrituras e de como o outro as entende produzam uma opinião consensual.

No mínimo, produzirão consciência dos aspectos e dimensões do debate e identificarão os pontos em que atualmente há diferenças de opinião irreconciliáveis, algumas das quais podem vir a ser removidas por novas reflexões e mais pesquisas.

Ironicamente, o pior censurador de erros dos outros, seja no campo doutrinário, seja em outra área da vida, jamais admite seus próprios defeitos.

Quando fica provado que o cisco que ele descobriu no olho de outra pessoa não existe, ou se a grande viga no seu próprio olho é apontada com brandura, ele sai caçando até encontrar outro cisco no olho de seu alvo.

Esse crítico sempre procura algo mais para criticar; ele não se sente bem se não estiver constantemente denunciando e condenando. Não sei como ele interpreta sua responsabilidade de amar o próximo como a si mesmo, nem o que pensa das passagens:

“O amor é paciente; o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não busca os próprios interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. Não tem prazer na injustiça, mas se alegra com a verdade.

Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.4-7); “O fim de todas as coisas está próximo. Portanto, sejam sensatos e sóbrios para se dedicaram à oração. Acima de tudo, amem-se profundamente uns aos outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados” (1Pe 4.7,8).

Considerações Finais

Quanto mais reflito sobre Mateus 7.1-5, mais vejo que eu mesmo me condeno. Que Deus me dê graça para praticar o que prego. Eu acreditava que os que mais precisavam dessa passagem eram os jovens, principalmente os estudantes. Eles lutam para encontrar a própria identidade, tentando assimilar ideias novas.

Essas novas ideias são prontamente adotadas e tenazmente defendidas ou rapidamente rejeitadas e irrefletidamente ridicularizadas. Mas os jovens e os estudantes estão longe de ser os únicos que passam por períodos de crise de identidade e de contato com novas ideias.

As pessoas mais velhas, temendo perder suas posições, preocupadas com seu prestígio e muitas vezes incomodadas por um sentimento de que sua vida está estagnada, com frequência se tornam particularmente defensivas, rígidas, muito críticas, intolerantes, até desagradáveis e mesquinhas.

Os jovens pelo menos podem amadurecer e superar essa fase; mas, para os mais velhos abandonarem esse padrão de comportamento já arraigado, geralmente é preciso uma demonstração drástica de intervenção divina, talvez na forma de uma experiência esmagadora e devastadora que gere humildade.

A pessoa que se empenha escrupulosamente em remover a viga de seu próprio olho não está por isso isenta de qualquer outra responsabilidade. Tendo adquirido a capacidade de enxergar claramente, ela pode ajudar a remover o cisco do olho de seu irmão (7.5). Na verdade, só depois disso esse irmão receberá bem sua ajuda.

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