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Os Ofícios da Igreja

Os ofícios eclesiásticos são as estruturas de autoridade para a liderança e o serviço da igreja: apostolado, bispado, presbiterato e diaconato. Os ofícios são estruturas da igreja, e as pessoas que os exercem são os líderes que servem nessas funções, assumindo várias responsabilidades e sendo dotados com a autoridade apropriada para seu desempenho.

O apostolado é o ofício autorizado exercido pelos apóstolos originais. O bispado é o ofício autorizado exercido pelos bispos. O presbiterato é o ofício autorizado exercido pelos presbíteros. O diaconato é o ofício de serviço. A igreja reconhece publicamente esses ofícios para o exercício das funções de liderança e ministério a que se dedicam.

Entendendo a Doutrina dos Ofícios da Igreja

Segundo Gregg R. Allison os ofícios da igreja são estruturas de autoridade para a liderança e o serviço da igreja. Ocupando-os, temos os oficiais, ou líderes, que servem neles, assumindo várias responsabilidades (p. ex., pregar, administrar os sacramentos etc.).

Com os ofícios vem a autoridade adequada e necessária para o cumprimento dessas responsabilidades. A maioria das igrejas tem pelo menos uma combinação de dois desses ofícios, mas, em algum momento de sua história, todos os quatro operaram na igreja.

São eles o apostolado, o bispado, o presbiterato e o diaconato

O apostolado é o ofício autorizado exercido pelos apóstolos cujo propósito é realizar a fundação da igreja. Os pioneiros foram os apóstolos originais — “os Doze” — a quem Jesus chamou para segui-lo. Eles foram testemunhas oculares da sua vida, morte e ressurreição, capacitadas pelo Espírito. Outros apóstolos foram Paulo, Barnabé e Tiago, o irmão do Senhor.

Os apóstolos foram os primeiros a pregar o evangelho e lideraram a igreja em Jerusalém, a partir da qual estabeleceram igrejas em outros lugares. Realizaram sinais e maravilhas, o que confirmou sua mensagem. Estabeleceram a doutrina e a prática oficiais da igreja.

Alguns escreveram textos que compõem as Escrituras

O bispado é o ofício autorizado de supervisão, exercido pelos bispos. Possuindo a autoridade máxima na igreja, eles consagram outros bispos e ordenam sacerdotes/presbíteros e diáconos. Suas outras responsabilidades incluem ensinar (pregar e catequizar), governar (exercer a supervisão máxima) e santificar (administrar os sacramentos).

O presbiterato (ou pastorado, ou sacerdócio) é o ofício autorizado exercido pelos presbíteros (ou pastores, ou sacerdotes), que têm quatro responsabilidades: eles ensinam ou transmitem a sã doutrina; lideram. Ou dão orientação geral; oram, especialmente pelos doentes; e pastoreiam, ou guiam, cuidam da igreja e a protegem.

O diaconato é o cargo exercido por aqueles que servem em vários ministérios

Esse termo (gr., diakonia, “serviço”; diakonos, “servo”) e seus derivados são usados genericamente com referência a qualquer um que esteja envolvido em serviço. E são usados tecnicamente para designar uma pessoa que é um oficial, reconhecido publicamente, que serve em uma igreja.

O diaconato, como o ofício de serviço, deve ser distinguido do bispado e/ou do presbitério, os ofícios de liderança. À medida que esses líderes e servos demonstram ter as qualificações necessárias para o exercício de seus ofícios e passam a desempenhar suas responsabilidades, a igreja os reconhece publicamente para as funções de liderança e ministério que desenvolvem.

Base bíblica

Gregg R. Allison diz que a Escritura ordena à igreja que obedeça a seus líderes (Hebreus 13.17; 1Ts 5.12,13; 1Co 16.15,16). Essas instruções gerais pressupõem a autoridade de certas pessoas a quem os membros da igreja devem submeter-se. Em sua carta a “todos os santos” em Filipos, Paulo acrescentou “com os bispos [episkopoi] e diáconos [diakonoi]” (Fp 1.1).

Portanto, o bispado e o diaconato eram ofícios da igreja primitiva

Quando estava estabelecendo o fundamento para sua igreja, Jesus escolheu doze homens (Mc 3.13-15), chamados de “apóstolos de Jesus Cristo” ou simplesmente “os Doze” (Mt 26.20; Mc 4.10; Lc 18.31; Jo 6.67,71). Após a morte de Judas Iscariotes (Mt 26.14-25,47-56; 27.3-10; At 1.18,19), Matias foi escolhido “e contado com os onze apóstolos” (At 1.26). Os nomes desses doze homens estão escritos nos alicerces da Nova Jerusalém (Ap 21.14).

Esses discípulos preenchiam as duas qualificações para o apostolado:

(1) Chamados por Jesus, estavam com ele desde o começo de seu ministério

(2) Foram testemunhas oculares de pelo menos uma de suas aparições pós- ressurreição. (At 1.21,22). Além dos doze, outros discípulos foram chamados de apóstolos.

Paulo (At 9.1-9; 26.12-18), Barnabé (At 14.14; 1Co 9.6; Gl 2.9) e Tiago, o irmão do Senhor (Gl 1.19; 2.9).

Quanto ao seu ministério apostólico, eles foram os primeiros mensageiros do evangelho (At 2.14-41; 3.11-26). Fundaram a igreja em Jerusalém, fornecendo ensino oficial (At 2.42-47). Plantaram igrejas em outros lugares (At 13.1-4; 16.11-40).

Realizaram sinais e maravilhas, o que confirmou sua mensagem (Hb 2.1-4; 2Co 12.12). Estabeleceram sã doutrina e prática para as igrejas (1Co 7.17-24; 14.29-35; 1Ts 4.1-8).

Alguns — Mateus, João, Paulo, Tiago e Pedro — escreveram textos que fazem parte da Escritura.

Conquanto a igreja, historicamente, tem considerado que o apostolado cessou como ofício, algumas igrejas consideram que o dom do apostolado continua existindo hoje.

Na Escritura, as palavras usadas para designar bispo/supervisor (episkopos), presbítero/sacerdote (presbyteros) e pastor (poimēn) são sinônimas, referindo-se a um só tipo de líder.

Por exemplo, Paulo encarrega os presbíteros (presbyteroi) da igreja de Éfeso de pastorear (um derivado de poimēn) o rebanho sobre o qual o Espírito os estabeleceu como superintendentes (episkopoi).

Além disso, Paulo aborda as qualificações do bispo/supervisor (episkopos; 1Tm 3.1,2) e depois chama esses oficiais de presbíteros (presbyteroi; 1Tm 5.17; cf. Tt 1.5,7).

Também Pedro exorta os presbíteros (presbyteroi) a pastorear (um derivado de poimēn; 1Pe 5.1,2) a igreja.

Assim, o ofício ocupado por esses líderes pode ser chamado de bispado, presbiterato, sacerdócio ou pastorado.

São quatro as responsabilidades

Em primeiro lugar, os presbíteros se dedicam ao ensino, que é a comunicação da sã doutrina e da prática cristã que se origina dela.

Especificamente, todos os presbíteros devem ser capazes de ensinar (1Tm 3.2) e de refutar os que contradizem a sã doutrina (Tt 1.9). Alguns presbíteros empregam grande parte do seu esforço “na pregação e no ensino” (1Tm 5.17).

Em segundo lugar, os bispos são responsáveis pela liderança, pois “cuidam da igreja de Deus” (1Tm 3.5). Juntos, os presbíteros lideram (1Tm 5.17) e os membros devem submeter-se a eles (Hb 13.17), respeitando sua liderança (1Ts 5.12).

Em terceiro lugar, os sacerdotes devem orar. Embora orar seja dever de todos os cristãos, os presbíteros têm uma responsabilidade especial no que se refere a oração, especialmente a oração pelos doentes (Tg 5.13-15).

Em quarto lugar, os pastores se dedicam a “pastorear o rebanho de Deus” (1Pe 5.2). Esse dever “pastoral” (uma palavra relacionada ao “pastoreio”) envolve ensinar (como “pastores e mestres”, Ef 4.11), supervisionar (1Pe 5.2) e servir de modelo do que significa ser semelhante a Cristo (1Pe 5.3).

As qualificações para os presbíteros estão listadas em 1Timóteo 3.1-7, Tito 1.5-9 e 1Pedro 5.1-5.

Elas incluem um chamado de Deus (aspirar ao ofício; 1Tm 3.1), ter um caráter reto (p. ex., moderação e autocontrole). Exercer competências bem desenvolvidas (liderança, ensino e hospitalidade) e ter uma boa relação com os demais presbíteros (ou seja, trabalhar em união).

Na Escritura, a igreja é sempre conduzida por uma pluralidade de bispos (“os presbíteros”, 1Tm 4.14), nunca um líder solitário. Por exemplo, no final de sua jornada missionária, Paulo e Barnabé designaram presbíteros (plural) em cada uma das igrejas recém-plantadas (At 14.23).

Outros exemplos de uma pluralidade de presbíteros incluem as igrejas de Jerusalém (At 15.2,4,6,22,23), Antioquia (At 11.30), Éfeso (At 20.17,28; 1Tm 5.17), Creta (Tt 1.5) e a “Dispersão” (Tg 1.1; 5.14).

O diaconato é o ofício de serviço cujas qualificações estão listadas em 1Timóteo 3.8-13. Essa passagem apresenta características e qualificações para todos os servos (v. 8-10), mulheres (diaconisas ou esposas de diáconos, v. 11). E diáconos do sexo masculino (v. 12; os padrões para as mulheres no lar já estão cobertos em 2.15). A passagem conclui com uma recomendação para todos os servos (v. 13).

Algumas dessas qualificações são semelhantes às dos presbíteros (p. ex., ser respeitáveis, de uma só palavra), enquanto outras são diferentes (p. ex., as habilidades para ensinar e cuidar da igreja são listadas apenas para os presbíteros). Dois exemplos de diáconos são os que serviam à mesa na igreja de Jerusalém (At 6.1-6) e a benfeitora Febe, da igreja de Cencreia (Rm 16.1,2).

É importante que a igreja reconheça publicamente as pessoas que ocupam esses cargos

O Novo Testamento apresenta esse reconhecimento público como a imposição de mãos (para presbíteros, 1Tm 5.22; para diáconos, At 6.6). Desde cedo, a igreja fez distinção entre bispos e presbíteros, elevando o bispado acima do presbiterato/sacerdócio. Esse tópico será tratado no próximo capítulo, “Governo da igreja”.

Principais erros sobre os ofícios da Igreja

Os ofícios da igreja são uma área em que é difícil identificar grandes erros. Portanto, os dois a seguir dizem mais respeito a abusos cometidos no exercício dos cargos.

1. A prática moderna de alçar o apostolado ao mesmo nível que o ofício tinha no tempo dos apóstolos originais.

Qualquer igreja que afirme que seu líder-mor é um apóstolo com autoridade absoluta e sem responsabilidade em relação a qualquer outra pessoa não compreende a singularidade do ofício original e corre um grande risco de prejudicar seus membros.

2. Não seguir as instruções bíblicas sobre as qualificações e responsabilidades dos oficiais da igreja. Esse erro vai desde a flagrante desobediência a essas diretrizes até a restrição injustificada de pessoas qualificadas e capazes de ocupar esses cargos.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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