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Pré-milenismo

Agora consideremos o pré-milenismo. Há duas formas de pré-milenismo; uma geralmente é chamada de clássica ou histórica; a outra, de dispensaciona lista. Ambas acreditam que o milênio está no futuro e que terá inicio depois da volta do Senhor à Terra.

Examinemos primeiro a forma clássica do pré-milenismo. Essa é uma visão bem antiga, que remonta a alguns dos primeiros Pais da igreja. Estes ensinam que, no fim da era atual, Jesus virá e ressuscitará os cristãos para estarem com ele.

Então, ele reinará sobre a terra por mil anos, ou outro longo período Durante esse tempo (e não até lá), Satanás ficará preso no abismo.

No fim desse período, Deus soltará Satanás e, pela sua instigação, alguns na terra se rebelarão contra Jesus (Ap 20.3,7-8). Porém, o Senhor debelará a revolta e ressuscitará todos os mortos para o julgamento final. Então vêm o novo céu nova terra.

A forma dispensacional do pré-milenismo é mais recente (do século 19) mais complicada

A chave para entender a visão dispensacionalista é a ideia de que Jesus, na verdade, volta duas vezes, perfazendo três vindas dele à terra Obviamente, sua primeira vinda foi sua concepção no ventre de Maria dois mil anos atrás.

Na sua segunda vinda, no fim desta era, ele vem secretamente e arrebata os cristãos para estarem com ele. O arrebatamento é descrito em 1 Tessalonicenses 4.16-17, em que Paulo diz:

(…) o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro.

Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim, estaremos para sempre com o Senhor.

O arrebatamento é quando o Senhor toma seu povo para estar com ele nos ares

Todos os cristãos acreditam no arrebatamento. O que é único à visão dispensacionalista é que, nela, o arrebatamento é invisível e secreto.

Essa é a imagem apresentada nos filmes e livros da série Deixados para trás:¹ os cristãos desaparecem misteriosamente dos escritórios, ruas, aviões e assim por diante, e ninguém sabe onde eles estão.?

Em seguida, de acordo com o pré-milenismo dispensacionalista, vêm sete anos de domínio satânico, que fica bem pior nos últimos três anos e meio (esses cálculos vêm de Dn 7.25; 9.27; 12.7; Ap 12.14).

O período de sete anos é chamado de grande tribulação. A maior parte dos dispensacionalistas acredita que a vinda secreta de Jesus para arrebatar seus santos ocorre antes da grande tribulação.

Portanto, a visão deles da volta de Jesus não é apenas pré-milenista, mas também pré-tribulacionista.

Contudo, alguns dispensacionalistas defendem que o arrebatamento é no meio da tribulação (ou seja, três anos e meio depois do início da tribulação, antes da pior parte dela) ou depois dela.

Evidentemente, na visão majoritária pré-tribulacionista, os crentes não precisam suportar a grande tribulação. Jesus os livra dela.

Depois da tribulação, Jesus retorna novamente – sua segunda vinda, ou terceira vinda. Na vinda secreta anterior, Jesus vem para seus santos, na terceira vinda, visível, ele vem com seus santos.

Essa vinda é pública e visível

Então, ele reina na terra por mil anos, que pode ser ou não, um número literal. Esse é o milênio descrito em Apocalipse 20.1-6. No fim dessa era, há outra apostasia, um período no qual Satanás é solto. Em seguida, ocorre o julgamento final e surgem o novo céu e nova terra.

Para o pré-milenista dispensacionalista, o milênio é um período no qual Deus cumpre as promessas que fez exclusivamente para os judeus.

Na visão dispensacionalista, há dois povos diferentes de Deus: os judeus e a igreja de Cristo (a qual contém judeus e gentios). Deus prometeu que os judeus reinam não numa terra expandida da Palestina, e isso acontecerá literalmente no milênio.

Os não dispensacionalistas acreditam que a promessa da terra a Israel se cumpre na promessa para todos os cristãos de novo céu e nova terra.

Para o não dispensacionalista, só há um povo de Deus: aquela oliveira de Romanos 11, da qual alguns ramos foram quebrados (judeus incrédulos) e na qual outros (gentios cristãos) foram enxertados.

Os argumentos do pré-milenismo

Mas ainda temos a defesa do pré-milenismo. Para começar, são impressionantes as evidências dos Pais da igreja, uma ou duas gerações depois dos após solos.

Além disso, algumas passagens bíblicas descrevem um reino de Deus nsobre a terra que não parece se encaixar nem na era atual nem no estado eterno.

Deus reina de modo visivel aqui na terra; ainda assim, há pecado e rebelião contínuos, Lemos em Isaias 65.18-20:

  • Mas vós folgareis
  • E exultareis perpetuamente no que eu crio;
  • Porque eis que crio para Jerusalém alegria
  • E para o seu povo, regozijo. E exultarei por causa de Jerusalém
  • E me alegrarei no meu povo, e nunca mais se ouvirà nela nem voz de choro nem de clamor.
  • Não haverá mais nela criança para viver poucos dias,
  • Nem velho que não cumpra os seus;
  • Porque morrer aos cem anos é morrer ainda jovem.
  • E quem pecar só aos cem anos será amaldiçoado.

Considerações Finais Sobre o Pré Milenismo

Essa parece ser uma profecia dos últimos dias, nos quais Deus reina sobre a terra. Quando a lemos pela primeira vez, pode parecer uma descrição do estado eterno, o novo céu e nova terra.

Porém, nessa descrição, Deus ainda não retirou o pecado e a morte (de modo semelhante, SI 72.8-14; Is 11.6-11; Zo 14.5-17; Ap 2.26-27). Além disso, a leitura mais natural de Apocalipse 20 relata acontecimentos futuros, não passados.

A prisão de Satanás não é algo que geralmente associamos com a era em que vivemos, mesmo admitindo a possibilidade dessa interpretação.

Adicionalmente, a ideia da volta dos santos à vida é certamente compatível com a ressurreição futura e, embora haja um sentido em que reinamos com Cristo agora.

E um sentido mais forte em que os mártires e santos glorificados reinam com Cristo agora em Lucas 19.17, isso é apresentado como uma recompensa aos cristãos nos últimos dias.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “Teologia Sistemática” de John Frame que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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