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Providência – Conheça em Detalhes o Cuidado de Deus

Providência é o trabalho contínuo de Deus por meio do qual ele sustenta a existência do Universo criado e de tudo o que ele contém, dirigindo-o para o seu propósito designado.

Providência divina é a atividade pela qual Deus cuida continuamente de tudo quanto criou, provendo as necessidades de sua criação.

Preservação é a obra divina que mantém a criação funcionando do modo como ele projetou. Concorrência é a obra divina de colaborar com todas as realidades criadas enquanto elas agem e ocorrem.

Governo é a obra divina de dirigir a criação para que cumpra o propósito designado por Deus. O ponto de vista da providência especial afirma que Deus determina e controla tudo o que acontece.

O ponto de vista da providência geral afirma que Deus cuida de tudo o que acontece de uma forma ampla, mas não exaustiva.

ENTENDENDO A DOUTRINA

Segundo Gregg R. Allison a doutrina da providência afirma que um dos atos contínuos e poderosos de Deus é manter em existência o Universo que ele criou e prover suas necessidades.

Essa doutrina diz respeito ao relacionamento contínuo de Deus com sua criação. A providência abrange três aspectos: preservação, concorrência e governo.

Preservação é a obra que Deus realiza para sustentar a criação de modo que ela continue existindo e funcionando da maneira que ele projetou.

As ligações químicas mantêm suas propriedades, as leis da física (gravidade, sustentação aerodinâmica) continuam a operar. Os leões capturam e comem suas presas e os seres humanos vivem oitenta e tantos anos até que a morte os leve.

As árvores não se transformam em estrelas e os seres humanos não se tornam anjos, porque Deus mantém as realidades criadas funcionando como ele as projetou.

E Deus não deixa a criação ser sustentada simplesmente por leis naturais, replicação de código genético e desenvolvimento fisiológico, embora ele use esses meios. Ele não é o deus do deísmo.

Concorrência é a cooperação de Deus com sua criação em todas as suas ações e desenvolvimentos

(1) Ele coopera com plantas e animais, para promover seu desenvolvimento ou terminar sua existência;

(2) com seres angélicos, para manter anjos santos a seu serviço, bem como para permitir que Satanás e demônios causem danos limitados;

(3) Com seres humanos, para desejarem e realizarem responsavelmente o plano divinoou para rejeitarem a bondade de Deus, por culpa da dureza de coração.

Assim, as realidades criadas nunca funcionam independentemente de Deus: embora o Universo e sua dinâmica interna (p. ex., o colapso dos buracos negros e a replicação do DNA nas células) possam ser explicados cientificamente, Deus está sempre cooperando totalmente em toda ação e desenvolvimento.

Governo é a obra divina de direcionar a criação para o fim planejado por Deus

Quando Deus trouxe o Universo à existência, sua atividade criativa foi proposital: ele criou um mundo que inicialmente era bom e fez os seres que portam sua imagem como pessoas íntegras.

Deus permitiu que os seres humanos pecassem, causando dano a toda a ordem criada. Ele está redimindo seu povo de seus pecados e de sua condenação.

Um dia, Deus intervirá decisivamente para terminar a presente existência e renovar todas as coisas. O governo é a orientação que Deus dá à criação, de acordo com seu plano, para realizar seu propósito.

A extensão da providência divina é objeto de debate

Os que defendem a providência especial sustentam que Deus determinou e controla completamente tudo o que ocorre.

A providência divina é exaustiva, mas nunca funciona de maneira que a liberdade e a responsabilidade humanas sejam minimizadas.

E os seres humanos decidem e agem como criaturas moralmente responsáveis, mas nunca de uma maneira que torne Deus dependente de suas decisões e ações.

Os que defendem a posição da providência geral sustentam que Deus cuida do que acontece de uma forma ampla, mas seu controle não é exaustivo.

Embora Deus determine e aja unilateralmente em alguns assuntos, sua atividade muitas vezes incorpora a liberdade humana em decisões e ações, de modo que esses assuntos não são completamente determinados.

Base bíblica

Gregg R. Allison diz que desde a primeira página da Escritura, a criação divina e a providência divina andam de mãos dadas.

Em relação à criação, Deus disse: “Haja…”, e a sua palavra trouxe algo à existência (“e houve…”).

Em relação à providência, “a terra produziu os vegetais, plantas dando semente segundo suas espécies e árvores dando fruto que continha sua semente, segundo as suas espécies” (Gn 1.11,12).

Além disso, Deus ordenou que suas criaturas fossem fecundas e se multiplicassem. Deus dotou sua criação com o poder de se mutiplicar.

Mas a providência divina não significa que Deus esteja afastado do processo de existência contínua.

Ele não é o deus do deísmo, que projetou e construiu tudo para depois tirar a mão e deixar a criação funcionando sozinha. Pelo contrário, Deus sustenta ativamente tudo o que criou.

Fenômenos Físicos Sobre a Providência Divina

A providência de Deus se estende ao mundo não racional. Fenômenos físicos — vento, fogo, chuva e neve — ocorrem de acordo com o plano de Deus (Sl 148.8).

A providência abrange o reino vegetal e o reino animal (v.1 4-30). Aliás, todas as criaturas dependem de Deus “para lhes dar a sua comida no devido tempo” (v. 27).

Sua existência depende de Deus os preservar. Os pardais têm pouco valor, mas “nenhum deles cairá no chão independentemente de vosso Pai” (Mt 10.29).

A providência divina abrange o começo e o fim de cada vida humana:

Deus está ativo no desenvolvimento de um feto no útero, e todos os dias da vida desse novo ser humano foram estabelecidos: dia do nascimento, família de origem ou criação, tipo de corpo, casamento ou celibato, família, carreira e o momento e circunstâncias de sua morte (Sl 139.13-16).

Como seria de esperar, a providência inclui as boas ações das pessoas boas (Ef 2.10) e também as más ações das pessoas más (Pv 16.4).

Por exemplo, Senaqueribe, rei da Assíria, trouxe destruição a Israel de acordo com o plano eterno de Deus (Is 37.26).

E, falando sobre os irmãos que o trataram com maldade, José afirmou: “Quanto a vós, planejastes o mal contra mim, mas Deus o transformou em bem” (Gn 50.20).

As Escrituras, na verdade, não trazem discussões abstratas sobre a providência divina

Em vez disso, o plano de Deus e seu resultado efetivo prático são apresentados como parte do próprio tecido da narrativa bíblica.

Por exemplo, a história de Zaqueu ressalta que Jesus, cumprindo a missão que o Pai lhe confiara, teve que ir à casa do baixinho Zaqueu (Lc 19.1-10).

Até mesmo a crucificação de Jesus ocorreu “de acordo com o claro plano de Deus e sua presciência” (At 2.23).

À medida que Herodes, Pôncio Pilatos, os verdugos romanos e os líderes religiosos conspiravam “para fazer tudo o que a mão e o plano [de Deus] predeterminaram que ocorresse” (At 4.27,28).

Os três aspectos da providência divina têm sólido apoio bíblico

Em relação à preservação, Deus conserva tudo o que criou (Ne 9.6), especificamente em Cristo, que mantém todas as coisas (Cl 1.17).

Quanto à concorrência, a história de José diz que os irmãos maus o venderam para ser escravo no Egito e, ao mesmo tempo, que Deus foi responsável por enviá-lo ao Egito (Gn 45.5-8):

“Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, mas, sim, Deus” (v. 8). Mesmo poderosos governantes humanos experimentam a concorrência divina: “O coração do rei é como a corrente de águas nas mãos do SENHOR:

ELE O DIRIGE PARA ONDE QUER” (Pv 21.1). Quanto ao governo, Deus Filho “sustenta o universo pela palavra do seu poder” (Hb 1.3).

Ele governa como rei sobre o seu reino (Is 40.17), “ninguém pode deter a sua mão, nem lhe dizer: Que fizeste?” (Dn 4.34,35).

Perspectiva da Providência

A perspectiva da providência especial ressalta passagens bíblicas que enfatizam o controle total de Deus sobre tudo o que ocorre.

Paulo afirma que a predestinação é “conforme o propósito daquele [Deus] que faz todas as coisas segundo o conselho de sua vontade” (Ef 1.11).

Esse plano e seu resultado abrangem tudo, inclusive eventos aparentemente aleatórios (Pv 16.33) e fatos mundanos (Mt 10.30).

Embora as decisões e ações humanas tenham realmente um peso, a sabedoria reconhece: “Muitos são os planos na mente do homem, mas o propósito do SENHOR prevalecerá” (Pv 19.21).

Os seres humanos decidem e agem de forma legítima e responsável, mas sabiamente reconhecem “que o caminho do homem não está nele mesmo, nem lhe compete dirigir seus passos” (Jr 10.23).

A perspectiva da providência geral enfatiza passagens bíblicas que ressaltam a responsabilidade humana. Por exemplo, Josué confrontou o povo de Israel:

“Escolhei neste dia a quem servireis; se aos deuses a quem vossos pais […] serviram, ou aos deuses dos amorreus […].

Mas eu e minha casa serviremos ao SENHOR” (Js 24.15). Paulo exorta as pessoas a crerem no evangelho: “Porque, se com a tua boca confessares Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o levantou dentre os mortos, serás salvo” (Rm 10.9).

Os seres humanos escolhem, obedecem, rebelam-se, acreditam, desafiam e muito mais.

Segundo esse ponto de vista, a liberdade humana e a responsabilidade moral parecem incompatíveis com a providência especial.

Principais erros sobre esta Doutrina

1. Enfatizar demais a providência divina, minimizando a responsabilidade humana. As pessoas enfatizam tanto o fato de confiarem em Deus

Que se tornam passivas no que diz respeito a trabalho, planejamento, economia para o futuro, compra de seguros e muito mais.

Essa postura desconsidera as muitas passagens bíblicas sobre a importância das decisões e ações humanas.

2. Uma filosofia específica que enfatiza demais a providência é o fatalismo ou determinismo rígido. Fatalistas acreditam que tudo o que ocorre é inevitável.

Nem mesmo Deus pode intervir para mudar algo que é então determinado, de modo que nada pode ser diferente do que é.

O fatalismo não interpreta corretamente a apresentação bíblica da atividade providencial pessoal e cuidadosa de Deus, e o torna Deus dependente do destino.

3. Enfatizar demais a responsabilidade humana, minimizando a providência divina. As pessoas ressaltam tanto o trabalho que fazem para Deus

Que o sucesso do reino de Deus se torna dependente do esforço e da energia que elas despendem.

Essa perspectiva desconsidera as muitas passagens bíblicas que nos exortam a confiar em Deus e em sua atividade providencial como fundamento para a cooperação humana.

4. Algumas negações da providência divina tornam Deus dependente das decisões e ações humanas.

A teologia do processo e o teísmo aberto desprezam as muitas afirmações bíblicas de que o propósito de Deus permanece para sempre e sua vontade não pode ser frustrada.

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto

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