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Seres Humanos Criados à Imagem de Deus

Segundo Gregg R. Allison, os seres humanos foram criados a imagem de Deus. Fazendo deles os seres mais semelhantes a ele mesmo, dentre todos os que criou, e dotando-os de dignidade e importância.

O ser humano tem a imagem e semelhança de Deus; portanto, eles são à imago Dei (imagem de Deus). A igreja tem várias concepções do que seja a imagem de Deus.

Jesus Cristo é a perfeita imagem de Deus. Os cristãos estão sendo progressivamente renovados para se tornarem à imagem de Cristo. A restauração completa é uma bênção e uma realidade futuras.

ENTENDENDO A DOUTRINA

Gregg R. Allison diz qua a criação à imagem de Deus é o alicerce da doutrina da humanidade. Quando Deus se propôs a criar um ser mais parecido com ele do que qualquer outra criatura, ele criou os seres humanos.

A imago Dei (imagem de Deus) é a nossa realidade fundamental: existimos como portadores da imagem de Deus, quer do sexo masculino, quer do sexo feminino.

Todo o resto — por exemplo, altura, cor dos olhos e tipo de corpo — constitui características secundárias.

A criação à imagem divina significa que todas as pessoas têm dignidade e importância

Ao longo de sua história, a igreja desenvolveu vários entendimentos acerca da imagem de Deus. A concepção substantiva considera que a imagem de Deus é alguma característica como racionalidade, livre-arbítrio ou consciência moral.

Geralmente, é usado um método específico para discernir essa característica: a igreja pode identificar a imagem de Deus analisando o restante da criação e enfocando o atributo que distingue os seres humanos das outras criaturas.

A imagem de Deus é alguma qualidade ou algum atributo da natureza humana

A concepção relacional considera a imagem de Deus como a experiência de comunidade que homens e mulheres desfrutam entre si e, secundariamente, que os seres humanos e Deus desfrutam.

A ideia-chave é que Deus tem um relacionamento entre si mesmo (“Façamos o homem à nossa imagem”), e a humanidade reflete essa experiência em dois níveis: pessoas relacionando-se com pessoas e pessoas relacionando-se com Deus.

A principal base bíblica é Gênesis 1.27, que enfatiza que Deus criou a humanidade à sua imagem como “homem e mulher”. Usando essa passagem, e com base na ideia de que Deus tem um relacionamento “Eu- Tu” dentro de si mesmo, Karl Barth desenvolveu esse ponto de vista.

Relacionalidade é a imagem de Deus

A concepção funcional considera que a imagem de Deus é alguma atividade humana. Ao criar os seres humanos à sua imagem, Deus os projetou para exercerem domínio sobre as outras criaturas (Gn 1.26).

Quando pôs em prática seu plano, Deus lhes ordenou: “Dominai […] sobre toda criatura viva que se move sobre a terra” (Gn 1.28).

Esse exercício de domínio — o desempenho da função de mordomos da criação — é a imagem de Deus.

Estudiosos do Antigo Testamento recorrem ao conceito da imagem de deus(es) na literatura antiga do Oriente Próximo:

A imagem é um rei ou uma estátua de um rei que representava o(s) deus(es), e por meio dela o(s) deus(es)  exerce(m) domínio sobre seu território.

1 Supondo que Gênesis reflete esse pano de fundo, a visão funcional toma forma: a imagem de Deus é o domínio da humanidade sobre a criação.

A visão holística considera as outras reducionistas e concebe a imagem de Deus como as pessoas em si, na totalidade de seu ser, de seus relacionamentos e de suas atividades.

Também nesse caso, a principal base bíblica está em Gênesis 1: tendo deliberado sobre a criação de seres que levariam a sua imagem (v. 26) e tendo realizado esse plano (v. 27).

Deus criou os seres humanos — não apenas uma parte deles (como a razão ou o livre-arbítrio), não apenas no que diz respeito aos relacionamentos (embora masculinidade e feminilidade sejam essenciais para a imagem).

Não apenas para atividades intencionais (embora exerçam o domínio) — em sua integridade. Descobertas da neurociência que mostram a interconexão íntima de todos os aspectos da existência humana fornecem apoio adicional.

Os seres humanos individualmente, e a humanidade como um todo, são criados à imagem de Deus.

Base bíblica

O conceito bíblico da imagem de Deus é desenvolvido em um bom número de passagens. O texto fundamental é Gênesis 1.26-28, que começa com a intenção divina: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança”.

Essa deliberação é, então, realizada: Deus cria o homem à sua imagem, especificamente como homem e mulher.

Aos seus portadores de imagem recém-criados, Deus dá o mandato para construírem a sociedade por meio da multiplicação da humanidade (procriação: “Frutificai, multiplicai-vos e enchei a terra…”) e do governo da criação (vocação: “sujeitai-a e dominai…”).

Dois problemas surgem aqui. Primeiro, a teologia católica romana faz uma distinção entre a “imagem”, que consiste nos dons naturais da racionalidade e do livre-arbítrio, e a “semelhança”, que consiste nos dons sobrenaturais da santidade e imortalidade originais.

Essa distinção, no entanto, foi derrubada; há pouca diferença entre “imagem” e “semelhança”. Aliás, Gênesis 5.3 indica que as duas palavras são praticamente sinônimas.

Em segundo lugar, conforme discutido acima, os vários pontos de vista baseiam-se em Gênesis 1.26-28.

Será que a imagem é algum atributo humano, o envolvimento relacional, o desempenho de alguma atividade, ou é a humanidade em sua integridade?

A visão holística considera o que uma imagem é (ou seja, o reflexo de alguma coisa) e o que ela faz (ou seja, representa algo).

Assim, a expressão “imagem de Deus” significa que os seres humanos refletem Deus: seus atributos de conhecimento, poder, bondade, fidelidade, veracidade e muito mais.

E representam Deus: como regentes coadjuvantes, são mordomos do resto da criação enquanto constroem a civilização por meio da procriação e da vocação.

Duas outras passagens ressaltam a importância de os seres humanos terem sido criados à imagem divina: essa é a razão para a proibição do homicídio (Gn 9.6).

E para a proibição de amaldiçoar os seres humanos, “feitos à semelhança de Deus” (Tg 3.9). Já que todos os seres humanos são criados à imagem divina, eles devem ser tratados com dignidade e respeito.

Jesus Cristo é a imagem perfeita de Deus (2Co 4.4-6; Cl 1.15). O Filho encarnado torna visível o Deus invisível, como o próprio Jesus afirma: “Quem vê a mim, vê o Pai” (Jo 14.8,9).

De fato, o Filho é “o resplendor da glória de Deus e a expressão exata de sua natureza” (Hb 1.3, NVI).

Sendo o Salvador a imagem perfeita de Deus, os crentes estão sendo restaurados à imagem dele

A total conformidade com a imagem do Filh é o desígnio divino para os crentes (Rm 8.29,30), que experimentam essa renovação progressiva por intermédio do Espírito Santo (2Co 3.18; Cl 3.9,10).

Ainda assim, essa renovação não se completa nesta vida. Em vez disso, a restauração completa da imagem de Deus é, em última análise, uma bênção e uma realidade que se cumprem no futuro (1Co 15.48,49).

Embora já sejamos filhos de Deus, “o que seremos ainda não se manifestou; mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, pois o veremos como ele é” (1Jo 3.2).

Principais erros sobre esta Doutrina

1. A imagem é reduzida ou a alguma característica humana, ou à experiência dos relacionamentos, ou ao domínio (reducionismos).

Essa simplificação excessiva negligencia a apresentação bíblica dos seres humanos como portadores da imagem holísticos.

2. A imagem de Deus é de natureza apenas espiritual. Essa heresia gnóstica acredita que o material é inerentemente mau e o espiritual é inerentemente bom.

Assim, a imagem divina não pode incluir algo material;o corpo humano não faz parte da imagem de Deus.

Mas a Escritura não despreza o físico, como faz o gnosticismo. Na verdade, a humanidade é composta de seres corpóreos criados por Deus.

3. A evolução pode explicar plenamente a existência de seres humanos, os quais não têm nenhuma posição especial em relação a outras criaturas das quais evoluíram.

A evolução naturalista ignora os muitos problemas da teoria da evolução e contradiz a cosmovisão bíblica de que os humanos foram criados por Deus como seres distintos do resto da criação.

O que está em jogo nessa doutrina?

A identidade fundamental, a dignidade e a importância dos seres humanos. Ao criar a humanidade à sua imagem, Deus projetou as pessoas para refletirem e representarem ele.

Esse fato nos faz entender nossa identidade e propósito neste mundo como portadores da imagem de Deus.

4. Embora Deus geralmente empregue o mecanismo da evolução para desenvolver o mundo, ele interveio para formar o primeiro ser humano à sua imagem.

A evolução teísta sustenta que os seres pré-humanos (hominídeos, como o homo erectus) evoluíram segundo processos naturais, e, em certo ponto, Deus incutiu neles uma alma ou espírito, criando, assim, os seres humanos à sua imagem.

A evolução teísta é contestada pelo relato bíblico da criação e pelos problemas da teoria da evolução (veja cap. 12, “Criação”).

Conclusão

Para que você possa se aprofundar e continuar seus estudos, leia o nosso próximo artigo, para você ter uma visão mais acurada do assunto indico o livro “50 Verdades centrais da fé Cristã” de Gregg R. Allison que deu origem a este artigo. Deus abençoe, até o próximo texto.

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